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Greve fecha Torre Eiffel pelo terceiro dia consecutivo e trabalhadores ameaçam parar durante Olimpíadas

O monumento mais famoso da França, a Torre Eiffel, fechou pelo terceiro dia consecutivo e deve permanecer fechado até quinta-feira (22). As negociações da greve lançada na segunda-feira (20) pelos dois sindicatos que representam os trabalhadores seguem estagnadas.

As negociações sobre a greve se encerraram nesta terça-feira sem que as partes envolvidas chegassem a um consenso e a Torre Eiffel permanece fechada.
As negociações sobre a greve se encerraram nesta terça-feira sem que as partes envolvidas chegassem a um consenso e a Torre Eiffel permanece fechada. © AFP - Kiran Ridley
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“Não há hipótese de (o monumento) ser desbloqueado durante a noite” de terça-feira, disse Stéphane Dieu, representante sindical da CGT, sindicato majoritário dos cerca de 360 ​​funcionários da Sociedade de Exploração da Torre Eiffel (Sete).

A administração da Sete “se recusa a negociar” e a cidade de Paris, seu acionista majoritário, “se recusa até a nos receber”, garante Dieu ao explicar por que as negociações se encerraram na manhã de terça-feira.

O fim das negociações só aumenta a frustração de milhares de visitantes, principalmente estrangeiros (que correspondem a cerca de 80% do público, segundo estatísticas de 2023). Eles serão reembolsados ​​automaticamente, garantiu a Sete à AFP.

Entretanto, a frustração de vir a Paris e não poder visitar um dos monumentos mais icônicos do mundo é um prejuízo muito maior.

Greve durante Paris 2024

Faltando apenas cinco meses para os Jogos Olímpicos, que acontecem de 26 de julho a 11 de agosto, o impasse entre os dois sindicatos - CGT e FO - e o município tem como estopim o modelo econômico da Sete, atualmente em reestruturação com uma alteração no contrato de delegação de serviço público, que funciona até 2030.

A alteração deverá ser validada em maio pelo Conselho de Paris (Câmara Municipal). Mas “se a prefeitura impuser um modelo insustentável, mostraremos a nossa desaprovação em julho” durante as Olimpíadas, ameaça Stéphane Dieu.

Os dois sindicatos já tinham lançado uma greve que levou ao fechamento da torre no dia 27 de dezembro, centenário da morte de seu construtor, Gustave Eiffel.

Os grevistas criticam a Câmara Municipal por “buscar a rentabilidade a todo o custo e no curto prazo” e pedem que seja “coerente em suas necessidades financeiras para garantir a sustentabilidade do monumento e da empresa que o administra”.

O equilíbrio econômico da Torre Eiffel, que em 2023 voltou a ter uma frequência superior à de antes da Covid-19, com 6,3 milhões de visitantes, foi fragilizado por cerca de € 120 milhões em perdas de receita durante os dois anos de crise sanitária (2020 e 2021).

Com isso, a Sete foi recapitalizada no valor de € 60 milhões em 2021. Mas à perda de liquidez juntou-se uma fatura adicional equivalente: cerca de € 130 milhões de custos adicionais de obras de renovação, como pintura, atividade prejudicada pela descoberta de vestígios de chumbo.

Segundo a CGT, o atual contrato é enviesado por uma “sobreavaliação das receitas com base em metas anuais de assiduidade de 7,4 milhões de visitantes”, ou seja, “níveis de visitantes nunca alcançados”.

(Com AFP)

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