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Paris 2024: policiais fazem protestos contra as condições de trabalho nos Jogos Olímpicos

Este 18 de janeiro está sendo chamado de “quinta-feira negra” na França, devido a protestos convocados por sindicatos policiais em todo o país. Os agentes estão descontentes com o plano de mobilização da categoria para o próximo verão europeu, a fim de garantir a segurança dos Jogos Olímpicos de Paris.

Manifestação de policiais franceses em frente à Prefeitura de Paris reivindica "medidas excepcionais" para compensar a presença obrigatória dos agentes durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Manifestação de policiais franceses em frente à Prefeitura de Paris reivindica "medidas excepcionais" para compensar a presença obrigatória dos agentes durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024. AFP - DIMITAR DILKOFF
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Em Estrasburgo, no leste da França, cerca de 40 agentes da polícia fizeram piquete na via de acesso à Ponte Europa, sobre o rio Reno. A edificação liga a França à Alemanha. Debaixo de chuva forte, cartazes com o slogan “Policiais furiosos” podiam ser lidos. A mensagem também estava escrita em uma tenda azul, com as cores do sindicato de polícia Aliança, o maior da categoria.

“Sabemos que será necessária a presença de 100% [dos policiais], incluindo 30% do pessoal de Estrasburgo em Paris entre 24 de julho e 11 de agosto”, explicou à AFP Lionel Maunier, secretário departamental.

Em toda a França, “300 delegacias de polícia fazem paralisações” nesta quinta-feira e apenas casos de emergência são atendidos, segundo Sylvain André, membro do sindicato Aliança em Estrasburgo.

Os policiais se queixam da falta de informação sobre os planos do governo para a segurança do maior evento esportivo do mundo. “Nós temos filhos, alguns de nós também cuidam de parentes. Não sabemos como vamos nos organizar, não podemos planejar com antecedência”, acrescentou o sindicalista.

A quinta-feira começou com mobilização também no principal aeroporto francês. Agentes da polícia fizeram uma greve-relâmpago nos terminais do aeroporto Roissy-Charles-de-Gaulle, provocando uma hora adicional de espera aos passageiros.

No centro da capital, policiais agitaram bandeiras em frente à sede da prefeitura de Paris durante um protesto para reivindicar a concessão de "medidas excepcionais" em compensação pela presença obrigatória durante a Olimpíada. 

Em Bordeaux, na região sudoeste, os policiais distribuíram panfletos com a seguinte mensagem: “A delinquência não tira férias!".

Ataques recentes aumentam preocupação

As agressões cometidas no dia 3 de dezembro na ponte de Bir Hakeim e numa avenida às margens do rio Sena, perto da Torre Eiffel, levantam questões sobre a segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris-2024. Segundo a polícia, o autor do ataque que resultou na morte de um turista alemão agiu sozinho. O franco-iraniano de 26 anos, que havia jurado lealdade à organização terrorista Estado Islâmico, expôs o que pode ser considerada uma fragilidade diante do desafio de receber 13 milhões de visitantes. 

A maior preocupação se refere à cerimônia de abertura, com a participação de centenas de milhares de pessoas nas duas margens do rio Sena, na primeira cerimônia da história dos Jogos Olímpicos ao ar livre. 

"A principal ameaça que nos assusta é o terrorismo", explicou à RFI Camille Chaize, porta-voz do Ministério do Interior. "Tivemos um exemplo recente. E sabemos que há uma ameaça endógena que é persistente de pessoas que podem praticar atos dessa natureza. Há ainda riscos de perturbações no percurso da chama olímpica ou mesmo das provas, por grupos radicais que queiram cometer atos violentos ou se fazerem ouvir", acrescenta. Ela cita ainda outros riscos: "em termos de militância, pode ser da extrema esquerda, de movimentos ambientalistas. E temos os cyberataques, como vimos nos Jogos Olímpicos de Tóquio ou mesmo do Rio, que sofreram ataques cibernéticos", completa Chaize.

Christophe Gras, secretário regional do sindicato Aliança, diz esperar durante as Olimpíadas “turnos de 12 horas, com cinco dias de trabalho para um dia de descanso”. Ele espera “um bônus excepcional para um evento excepcional”.

(Com informações da AFP)

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