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Maior sindicato da França convoca 'desobediência civil' em resposta à nova lei de imigração

 A secretária geral da CGT, o maior sindicato da França, Sophie Binet, convocou nesta quinta-feira (21) a "desobediência civil" diante da nova lei de imigração aprovada pela Assembleia Nacional (o Congresso francês) na terça-feira (19), que, segundo ela, desafia "todos os nossos princípios republicanos".

Sophie Binet, secretária-geral da CGT, o maior sindicato da França, com trabalhadores sem documentos em greve.
Sophie Binet, secretária-geral da CGT, o maior sindicato da França, com trabalhadores sem documentos em greve. © Nathanaël Vittrant/RFI
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"A CGT está convocando a desobediência civil e a multiplicação de ações de resistência contra essa lei", que "desafia profundamente todos os nossos princípios republicanos" e "estende o tapete vermelho para a extrema direita", declarou Binet ao microfone da rádio RMC.

Em discussões com outros sindicatos, associações e personalidades, a CGT espera organizar "iniciativas de grande escala nas próximas semanas para permitir que aqueles que não se identificam com essa França 'criminalizada' mostrem sua determinação em defender os valores da solidariedade", acrescentou Binet.

Em uma declaração conjunta, os sindicatos CFDT, CGT, FO, FSU, Solidaires e Unsa condenaram um texto "discriminatório" que "questiona profundamente os princípios republicanos de igualdade e solidariedade".

"A prioridade deve ser a igualdade de direitos, em particular os direitos sociais, a regularização de todos os trabalhadores sem documentos e a solidariedade com os migrantes", escreveram essas organizações, pedindo "solenemente que esse texto não seja promulgado".

Trabalhadores ficam sem ajudas sociais

O artigo 19 da nova lei introduz um período de espera de cinco anos para estrangeiros não europeus legalmente residentes que não trabalham, e um período de espera de trinta meses para outros, antes que eles se qualifiquem para benefícios como subsídios familiares ou a Allocation personnalisée d'autonomie (APA), paga a pessoas com 60 anos ou mais que estejam perdendo sua independência e autonomia pessoal com a idade.

As 32 regiões francesas governadas pela esquerda, incluindo Paris, anunciaram na quarta-feira que não aplicariam as condições rigorosas para o pagamento da APA a estrangeiros, estabelecidas na nova lei de imigração.

"Isso é o que precisa ser feito em todos os lugares", disse Binet, pedindo que "a solidariedade seja a prioridade". Em sua opinião, o presidente da República da França, Emmanuel Macron, se "afunda em um naufrágio político e moral" com a nova lei da imigração.

"O Titanic começou a afundar com a reforma previdenciária, e agora estamos chegando ao fundo do poço com essa lei, que incorpora o mundo do dinheiro e a ideologia rançosa e xenófoba da extrema direita", disse ela.

(Com AFP)

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