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"Na França ninguém mexe com os judeus": para imprensa francesa, ato contra antissemitismo foi um sucesso

Os principais jornais franceses desta segunda-feira (13) estampam suas capas com imagens e manchetes sobre a mobilização da França contra o antissemitismo, no domingo (12). Segundo dados do governo, 182 mil pessoas saíram às ruas do país para denunciar o aumento de ataques contra a comunidade judaica francesa desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.

"Pela República, contra o antissemitismo", diz faixa carregada por representantes políticos durante ato em Paris neste domingo, 12 de novembro de 2023.
"Pela República, contra o antissemitismo", diz faixa carregada por representantes políticos durante ato em Paris neste domingo, 12 de novembro de 2023. © Claudia Greco / Reuters
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"Uma reação nacional" é a manchete do jornal Libération, que publica em foto de página inteira uma imagem da marcha em Paris. No meio da multidão, um homem segura um cartaz com a mensagem "Sou judeu". 

Em editorial, o diário avalia que a convocação para o protesto ocorreu de forma um tanto "atrapalhada", pelos presidentes do Senado da França, Gérard Larcher, e da Assembleia de Deputados da França, Yaël Braun-Pivet.

A mobilização contou com representantes da extrema direita, que levou o partido da esquerda radical França Insubmissa a boicotar o evento. Líderes do partido Reunião Nacional, com um forte histórico de antissemitismo, foram vaiados por manifestantes.

Representantes ecologistas, comunistas e socialistas também foram hostilizados na marcha de Paris. A esquerda francesa paga um preço alto pelas recentes gafes de membros da França Insubmissa

"A França diz não ao antissemitismo" é a manchete do jornal Le Figaro, que avalia que o ato foi "um sucesso". Para o diário, a principal ausência foi a do presidente Emmanuel Macron, que se limitou a publicar um post nas redes sociais apoiando o protesto, uma decisão criticada por lideranças políticas tanto da esquerda quanto da direita. O presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França, Yonathan Arfi, também expressou sua decepção, afirmando que a presença de Macron "teria tornado o evento ainda mais histórico".

Maior comunidade judaica da Europa

"Na França ninguém mexe com os judeus" é o título da matéria do jornal La Croix que destaca a presença em massa da comunidade judaica no cortejo parisiense, que reuniu mais de 100 mil pessoas. O país, que acolhe a maior quantidade de judeus da Europa, cerca de 550 mil, viu o número de atos antissemitas aumentarem desde o trágico o início desta nova escalada de violências entre Israel e o grupo Hamas, em 7 de outubro. Em entrevista ao diário, vários manifestantes que participaram da marcha em Paris confirmaram ser alvo de xingamentos e ataques diante da sangrenta ofensiva israelense na Faixa de Gaza. 

"Unidos pela República" é a manchete do jornal Le Parisien que destaca uma pesquisa realizada pelo Instituto Odoxa em que 66% dos entrevistados afirmam que participar do ato não significa apoiar o governo de Benjamin Netanyahu. A matéria salienta que a realização do protesto é bem vista por 69% da população francesa, inclusive por 75% dos simpatizantes do partido França Insubmissa, a única legenda a não ter se unido à mobilização. 

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