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Autor de ataque terrorista que matou professor na França será indiciado junto a irmão e primo

Após 96 horas sob custódia policial, Mohammed Mogouchkov, que matou na sexta-feira (13) um professor em uma escola em Arras, no norte da França, seu irmão de 16 anos e um primo serão apresentados a um juiz de instrução antiterrorista nesta terça-feira (17), de acordo com o Ministério Público, que pede indiciamento e prisão provisória por "assassinato relacionado à operação terrorista". 

Estudantes franceses depositam flores diante da Escola Gambetta-Carnot, onde o professor Dominique Bernard foi morto por em um atentado terrorista em 13 de outubro de 2023.
Estudantes franceses depositam flores diante da Escola Gambetta-Carnot, onde o professor Dominique Bernard foi morto por em um atentado terrorista em 13 de outubro de 2023. REUTERS - PASCAL ROSSIGNOL
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O Ministério Público francês  pediu o indiciamento e a prisão provisória do agressor de 20 anos e seu irmão, suspeito de ter "dado certo apoio em seu projeto mortal", principalmente sobre "a manipulação da faca", explicou o procurador nacional antiterrorista Jean-Fraçois Ricard. 

Dominique Bernard, professor de francês de 57 anos, morreu após facadas "na altura do pescoço e do ombro". Segundo o procurador, as outras três pessoas que ficaram feridas no ataque "estão fora de risco". 

A Promotoria pede também a imputação de um "jovem primo dos irmãos", de 15 anos, "que foi informado sobre um possível projeto de ação criminosa de Mohammed Mogouchkov" e é suspeito de "não ter feito nada para impedi-lo". 

O Ministério Público nacional antiterrorista (Pnat) abre um processo judicial por associação terrorista criminosa, assassinato relacionado à operação terrorista e, no caso do irmão e do primo, cumplicidade com crimes e omissão voluntária de impedir a realização de um crime. 

Desde sexta-feira, 100 testemunhas foram ouvidas e 13 pessoas foram colocadas sob custódia da polícia, precisou o Pnat, Dez pessoas faziam parte do "círculo familiar próximo" ou eram "relações" de Mogouchkov, mas foram liberadas "durante o inquérito de flagrante delito, em ausência de elementos, que permitissem, nesse estado, demonstrar que essas pessoas interrogadas tiveram um papel preciso na ação terrorista de Mohammed Mogouchkov", explicou o procurador. 

Entre as pessoas liberadas na segunda-feira, está a irmã do jovem. Ela disse à polícia que "estava horrorizada pelas atitudes dos irmãos", disse seu advogado Mikael Benillouche, à AFP. Diante dos investigadores, ela contou que "viu seu irmão Mohammed ficar cada vez mais rígido em sua prática do Islã" e o descreveu como "violento. 

Segundo o jornal Le Parisien, a mãe e um tio de Mogouchkov também foram detidos e liberados pela polícia. 

Perfil preocupante 

Entre as pessoas suspeitas de envolvimento, Maxime C., de 32 anos chamou a atenção da polícia, por seu "perfil realmente preocupante" de acordo com uma fonte próxima ao caso. Detido por terrorismo, ele trocava mensagens em redes protegidas com Mogouchkov, e é suspeito de ser o mentor religioso do jovem. Ele foi condenado por encorajar outros detentos a cometer atentados na prisão contra os agentes de segurança e também fora dela. 

A polícia suspeita que ele encorajou Mogouchkov a cometer o atentado na escola de Arras, já que os dois se falavam de maneira recorrente, inclusive algumas horas antes do ataque. 

Mas as motivações do agressor, que "jurou lealdade ao Estado Islâmico" em uma gravação de áudio, "puderam ser esclarecidas por declarações de alguns de seus próximos, pelas declarações proferidas por ele mesmo no local (do crime) e por um vídeo feito diante de um monumento aos mortos", antes do ataque, precisou o procurador.

Em um "vídeo curto gravado diante de um monumento aos mortos, o agressor atacou repetidamente os 'valores dos franceses' de acordo com seus próprios termos", em "declarações particularmente ameaçadoras", indicou Jean-François Ricard. 

(RFI e AFP)

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