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Vítimas de ataque em Annecy não correm mais risco de morte; agressor é indiciado, mas mantém silêncio

A secretária de Segurança Pública de Annecy, Line Bonnet, e o diretor da Polícia Judiciária do sudeste da França, Damien Delaby, participaram neste sábado (10) de uma coletiva de imprensa e revelaram novos detalhes sobre as investigações do ataque em um playground da cidade, na última quinta-feira (8). Nenhuma das vítimas corre mais risco de morte e o autor da agressão, um refugiado sírio de 31 anos, foi indiciado por tentativa de homicídio com arma branca.

O diretor da Polícia Judiciária do Sudeste da França, Damien Delaby (à esquerda), ao lado da secretária de Segurança Pública de Annecy, Line Bonnet, neste sábado (10), durante coletiva de imprensa.
O diretor da Polícia Judiciária do Sudeste da França, Damien Delaby (à esquerda), ao lado da secretária de Segurança Pública de Annecy, Line Bonnet, neste sábado (10), durante coletiva de imprensa. AFP - JEAN-PHILIPPE KSIAZEK
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"Neste momento, as vítimas têm um prognóstico vital favorável. As quatro crianças continuam hospitalizadas ", indicou Bonnet. A secretária de Segurança Pública de Annecy também confirmou que duas crianças - um menino e uma menina - são franceses da região de Haute Savoie, no sudeste.

As outras duas vítimas menores de idade são uma menina holandesa e outra britânica, que deve deixar o hospital nos próximos dias. Elas passavam férias com a família na região. 

No total, as crianças, que têm entre um e três anos, receberam onze facadas do agressor. O francês Yusuf Meric, de 78 anos, e franco-português Manuel, de 70 anos, também não correm mais risco de morte. Eles foram alvo de facadas durante a fuga de Abdalmasih da polícia, que acabou atingindo o idoso anônimo por engano.

Agressor foi indiciado

Bonnet deu mais detalhes sobre as investigações, indicando que o refugiado sírio Abdalmasih H. foi indiciado teve sua prisão provisória decretada. Ele foi acusado de tentativa de homicídio com arma branca. Segundo ela, até o momento, o motivo crime não foi estabelecido. "Ainda é cedo para fazer uma avaliação sobre as motivações deste ato", frisou. 

O agressor não estava embriagado ou sob o efeito de drogas no momento do ato, cometido com um canivete. Após uma avaliação de um psiquiatra, nenhuma doença ou surto visível puderam ser imediatamente detectados, reiterou a secretária de Segurança Pública de Annecy. O estado de saúde de Abdalmasih permitiu que ele fosse apresentado a juízes de instrução na manhã deste sábado (10), mas ele preferiu manter o silêncio.

Mais cedo, segundo a imprensa francesa, no momento em que policiais tentaram retirá-lo da cela para ser interrogado, o homem se atirou no chão. Ele se manteve "mudo", indicaram fontes próximas das investigações. 

Bonnet também confirmou que o agressor, nascido na Síria em 1991, morava na Suécia desde 2013, onde era casado com uma síria naturalizada sueca, com quem teve uma filha. Ele chegou na França em outubro de 2022, depois de ter passado pela Itália e a Suíça. Na França, teve o pedido de asilo rejeitado por já ter status de refugiado na Suécia.

Segundo testemunhas, antes de começar a esfaquear os frequentadores do playground, na quinta-feira, Abdalmasih mencionou sua esposa e sua filha. Usando uma cruz no pescoço, também teria pronunciado as palavras "Jesus Cristo" e carregava duas imagens cristãs.

Em Annecy, o homem não tinha residência fixa e dormia no hall de entrada de um imóvel no centro da cidade. Bonnet também indicou que o agressor era desconhecido dos serviços de polícia. 

Cerca de 100 investigadores

De acordo com o diretor da Polícia Judiciária do Sudeste da França, Damien Delaby, cerca de 1h30 depois do ataque, cerca de 50 investigadores já trabalhavam no caso. Desde ontem, outras dezenas de especialistas foram adicionadas à equipe, que conta atualmente com cerca de 100 pessoas. 

Reforços foram enviados da região parisiense e de outras localidades da França. As autoridades italianas e suíças também colaboram com os trabalhos, com o objetivo de reunir mais detalhes sobre a trajetória do suspeito da Suécia até Annecy.

(Com informações da AFP) 

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