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Número de pessoas que dependem de associações caritativas para se alimentar triplica na França

Um estudo divulgado nesta segunda-feira (27) revelou que o número de pessoas que dependem de associações caritativas para se alimentar triplicou na França nos últimos dez anos. A pesquisa aponta que a precariedade atinge inclusive aqueles que têm um trabalho, mas não conseguem arcar com as despesas para comer corretamente.

Beneficiário do Banco Alimentar em uma das sedes da rede na França.
Beneficiário do Banco Alimentar em uma das sedes da rede na França. AFP - MEHDI FEDOUACH
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De acordo com a pesquisa do Banque Alimentaire (Banco de Alimentos), uma rede de distribuição de comida para as populações mais precárias, cerca de 2,4 milhões de pessoas se beneficiam de seu serviço atualmente. O número é três vezes maior que o registrado há dez anos. A estatística não leva em conta aqueles que estão inscritos em outras associações caritativas, como a Cruz Vermelha ou o Secours Populaire.

"Avaliamos em 5,5 milhões o número de pessoas que dependem das redes de ajuda alimentar na França", contabiliza Laurence Champier, diretora da Federação Francesa dos Banco de Alimentos.

"Assistimos, nesta década, à progressão lenta de uma onda de pessoas precárias que nos procuram em busca de comida. Mas esse movimento tem se acelerado nos últimos três anos. Esse fenômeno foi notado durante a pandemia de Covid-19 e a precarização do trabalho, mas também em 2022 e no início de 2023, com o impacto da inflação e a alta de preços dos alimentos", resume.

Trabalhadores pobres

Além disso, ela nota a presença cada vez mais importante dos chamados “trabalhadores pobres”: aqueles que têm um emprego, mas não ganham o suficiente para se alimentar corretamente. Eles são 17% dos que batem na porta do Banco de Alimentos.

“Pessoas que até agora conseguiam, mesmo com baixa renda, comprar produtos alimentícios, têm se se adaptar, pois não têm mais condições de consumir como antes, e vêm nos procurar nas associações”, explica Laurence Champier, que nota também o aumento do número de estudantes universitários, além dos idosos, que também já representam 17% dos beneficiários da entidade.

Além da inflação, o contexto internacional, com a guerra na Ucrânia e o aumento dos preços das matérias-primas, como os cereais, tiveram um impacto direto no empobrecimento da população. “As pessoas, que antes vinham a cada quinze dias buscar comida, agora vêm uma ou até duas vezes por semana”, conta a diretora da Federação Francesa dos Banco de Alimentos.

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