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Com espera de cerca de 4h na fila, eleição em Paris não tem hora para acabar

Com o grande número de eleitores aptos a votar em Paris este ano, a eleição deste domingo (2), que começou tranquila, logo se tornou "caótica", na palavra das pessoas que esperaram entre 3 e 4 horas na fila, debaixo de chuva e no frio. A votação, que deveria acabar às 17h no horário local, não tem previsão para terminar. 

Fila de eleitores brasileiros em Paris. Com espera de cerca de 4h, eleição na França não tem hora para acabar. Domingo, 2 de outubro de 2022.
Fila de eleitores brasileiros em Paris. Com espera de cerca de 4h, eleição na França não tem hora para acabar. Domingo, 2 de outubro de 2022. © Paloma Varón/RFI
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Paloma Varón, da RFI

Alguns eleitores estavam revoltados com a demora, como a professora universitária Marcia Consolim, que esperou cerca de  3 horas e meia na fila para, enfim, conseguir votar às 15h30 no horário local.

"Foi muito mal organizado, eu achei de uma incompetência enorme. Falei com o cônsul e ele me disse que foi uma decisão do TSE só ter um local de votação na França. A informação que eu tenho é que a fila chegou a 6 km. Eu mesma caminhei mais de 3 km. Peguei chuva e frio e em nenhum momento um funcionário do consulado passou para nos explicar o que estava acontecendo". 

Milhares de brasileiros aguardaram em uma fila que dobrou quatro quarteirões, sob a chuva, para votar na eleição presidencial de 2022 e Paris.
Milhares de brasileiros aguardaram em uma fila que dobrou quatro quarteirões, sob a chuva, para votar na eleição presidencial de 2022 e Paris. © Paloma Varón/RFI

Longa espera gerou ansiedade e preocupação

A funcionária pública Leilla Sicard conseguiu votar às 17h20 no horário local. Às 16h59, depois de mais de 3h de fila, ela ainda não havia recebido uma senha e estava preocupada, mas conseguiu votar alguns minutos depois. 

A fiscal de voto do Partido dos Trabalhadores (PT) e youtuber Heloíse Leroy acompanhou a distribuição de senhas. "Fomos para o final da fila às 17h, os funcionários encarregados pela votação começaram a entregar as senhas a partir do último da fila, que foi encerrada às 17h". Segundo ela, foram cerca de 2.000 senhas entregues, mas há muitos relatos de pessoas que votaram sem depois das 17h. 

O cônsul-geral do Brasil em Paris, Fábio Marzano, confirmou à RFI que todos os eleitores que estivessem na fila antes das 17h poderiam registrar seu voto. Diante disso, não há previsão para o fechamento das urnas em Paris. Neste ano, o número de eleitores aptos a votar em Paris foi de 22.629, um aumento de mais de 100% em relação a 2018. 

Mas, enquanto para uns a espera na fila foi uma tortura, para outros, foi sinônimo de festa. "A espera é longa, na chuva, no frio, mas é muito importante poder participar deste momento", disse a estudante franco-brasileira Sophie Collignon.

Gabriela, que também é franco-brasileira, ficou cerca de 4 horas na fila e entrou pouco depois das 16h30. Ela estava acompanhada de sua mãe, Irene Ferreira, que, apesar de ter prioridade para votar, por ter mais de 60 anos, não queria deixar a filha sozinha na fila. "Estou com medo de perder o meu trem de volta para a Normandia, mas quero votar", disse à RFI

"Dia histórico"

Derivaldo Ramos de Santana estava havia 3 horas e meia na fila quando falou à reportagem. 'É a segunda vez que voto aqui em Paris, mas a primeira vez que vejo uma fila como essa. Em 2018, eu fiquei bastante tempo perto do local após votar, e não vi tanto movimento", conta.

"Este é realmente um dia de votação histórico, acho que nunca visto na história das eleições brasileiras aqui na França. É impressionante e do jamais vu, como se diz aqui na França", completa. 

A polícia francesa fechou as ruas em volta do Espace La Rochefoucauld, no 9º distrito de Paris, por volta das 16h no horário local, numa tentativa de controlar o grande afluxo de votantes e, principalmente, as pessoas que, mesmo depois de terem votado, se aglomeravam em frente ao prédio para observar as eleições ou se manifestar politicamente. 

Segundo o delegado partidário da Federação Brasil da Esperança, que fiscaliza a votação em Paris, Esdras Ribeiro, sete eleitores tiveram o voto impugnado porque gritaram o nome de seu candidato no local de votação. "Eu não esperava esta quantidade de pessoas, ainda mais com chuva, frio e filas tão longas. Dá para ver que o pessoal está vindo com afinco para participar", completa. 

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