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Emmanuel Macron apresenta programa avaliado em € 50 bi para as eleições presidenciais francesas

Presidente francês e candidato à sua própria sucessão, Emmanuel Macron apresentou, nesta quinta-feira (17), seu programa para as eleições presidenciais francesas de abril. Ele propõe aumentar a idade da aposentadoria para 65 anos, reformar o seguro-desemprego, chegar ao pleno emprego na França, fortalecer educação e saúde, implementar uma política de asilo a refugiados mais restritiva e investir nas Forças Armadas.

Na coletiva de imprensa final da cúpula da UE, o presidente da França, atual presidente do Conselho da UE, anunciou a disposição de uma Europa unida para aumentar a pressão sobre as autoridades russas em resposta à continuação da guerra contra a Ucrânia. Versalhes, 11/03/2022.
Na coletiva de imprensa final da cúpula da UE, o presidente da França, atual presidente do Conselho da UE, anunciou a disposição de uma Europa unida para aumentar a pressão sobre as autoridades russas em resposta à continuação da guerra contra a Ucrânia. Versalhes, 11/03/2022. REUTERS - SARAH MEYSSONNIER
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Emmanuel Macron anunciou que planeja aumentar gradualmente a idade legal da aposentadoria para 65 anos se for reeleito como presidente da República. Durante a apresentação de seu programa, ele disse que esta reforma levaria em conta as carreiras "longas", questões de deficiência e "a realidade dos empregos e tarefas".

"A reforma que eu proponho é diferente da de 2017. Porque as condições macroeconômicas não são as mesmas, porque o país continua a se transformar", enfatizou Emmanuel Macron, cujo projeto de aposentadoria por meio de pontos havia despertado forte resistência, antes de ser abandonado por causa da pandemia de Covid-19.

A reforma do seguro-desemprego e o direito ao asilo

Emmanuel Macron prometeu, de forma mais ampla, prosseguir com as reformas do mercado de trabalho com o objetivo "alcançável" de chegar ao pleno emprego. "Continuaremos as reformas do mercado de trabalho, simplificando e desconcentrando o diálogo social, para continuar a dar visibilidade tanto aos empregadores quanto aos empregados", disse ele.

"Vamos continuar as reformas do seguro-desemprego para adaptá-lo à situação econômica com um sistema simples. Cada vez que a situação econômica melhora, devemos ter regras que proporcionem um incentivo ainda maior para voltar ao trabalho", declarou o presidente francês.

Nesse contexto, o candidato a presidente propõe condicionar a renda de solidariedade ativa (RSA) ao exercício de uma atividade de 15 a 20 horas por semana.  "Sim, precisamos de apoio monetário, mas precisamos ainda mais do que isso [...] para reconhecer a dignidade de cada pessoa e pedir que uma parte desse bolo seja comportilhado por todos aqueles que podem fazê-lo", disse Macron.

Ele também se comprometeu a oferecer benefícios sociais pagos "na fonte", automaticamente, o que, segundo Macron, beneficiaria os "20 milhões de franceses" que recebem a RSA, o subsídio de retorno ao trabalho, ou subvenções de moradia ou familiares.

O candidato a presidente declarou, então, que queria implementar uma política de asilo mais restritiva se fosse reeleito. Em particular, ele declarou que qualquer requerente de asilo seria obrigado a deixar o país se seu pedido fosse rejeitado pela França.

Investir mais no exército

Diante da guerra na Ucrânia, Emmanuel Macron apelou para uma "refundação do pacto" entre "o exército e a nação", para aprender a lição da crise ucraniana, com a duplicação do número de reservistas. Emmanuel Macron também deseja "intensificar" os investimentos "para poder enfrentar uma guerra de alta intensidade, que pode retornar ao nosso continente".

Para este fim, ele disse que, se reeleito, pediria ao Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas para reavaliar "todas as necessidades" que surgiram com a invasão russa da Ucrânia. Devemos "pensar em como podemos fortalecer e revitalizar este pacto", que é "tão essencial", na opinião do presidente francês.

Ele mencionou, em particular, "a generalização do serviço nacional universal", bem como "o aumento de reservistas que será duplicado". Ele disse que desejava "ser capaz de pôr em prática um plano de mobilização civil para fortalecer nossa resiliência", o que, segundo Macron, "envolverá o reforço dos estoques estratégicos da nação, fazendo um balanço das competências dos franceses dispostos a serem mobilizados em caso de crise grave, mas também das capacidades das principais empresas".

Educação e saúde, dois "grandes projetos"

Quanto à educação e à saúde, Emmanuel Macron considera que seriam "dois grandes projetos" de seu segundo mandato de cinco anos, se ele fosse reeleito, prometendo um "novo método" baseado em "ampla consulta".

"Sobre a escola e a saúde, deve ser observado que a política implementada desde 2017 vem sendo suficiente", reconheceu ele. Portanto, é necessário "conseguir mobilizar energias de maneira diferente" para "devolver aqueles que estão envolvidos nestes setores diariamente a possibilidade de adaptar soluções à realidade do cotidiano, e sair da guerra de oposições em que nos encontramos", acrescentou Macron.

Como parte de "um novo pacto para a categoria dos professores", "teremos que continuar aumentando significativamente os salários", o que estará ligado à "definição de novas tarefas", de acordo com Emmanuel Macron. Serão tomadas medidas para garantir a "substituição de professores ausentes porque devemos a nossos alunos e seus pais todas as horas de ensino".

No campo da saúde, "devemos conseguir ir muito mais longe, mais rápido e mais forte", em particular, reforçando "a política de prevenção", "simplificando o hospital e sua governança" e melhorando "o acesso aos cuidados de emergência". O Ministro da Saúde, Olivier Véran, anunciou, nesta quinta-feira, a organização de "uma grande conferência" sobre o sistema de saúde, se Emmanuel Macron for reeleito em abril.

O custo do programa estimado em 50 bilhões de euros por ano

Emmanuel Macron estimou o custo de seu programa presidencial em 50 bilhões de euros por ano, ao qual serão acrescentados 15 bilhões por ano em cortes de impostos, metade beneficiando as famílias, e metade beneficiando as empresas.

Essas despesas, em particular com educação, saúde e autonomia, serão financiadas pela poupança, pela reforma das pensões, com o adiamento da idade de saída, e pelo subsídio de desemprego, estimou ele.

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