Acessar o conteúdo principal

Emmanuel Macron lança campanha e alterna discurso entre presidente e candidato

O momento era esperado por aliados e rivais: após ter se declarado candidato por meio de uma carta, na semana passada, o atual presidente e novo candidato Emmanuel Macron lançou sua campanha na segunda-feira (7) debatendo com um público de 200 pessoas na cidade de Poissy, a 28 km de Paris. Um primeiro exercício de campanha durante o qual o presidente-candidato admitiu a dificuldade de conciliar os dois papeis, diz Le Monde. 

A imprensa francesa desta terça-feira (8) repercute o primeiro comício do presidente Emmanuel Macron, candidato à reeleição.
A imprensa francesa desta terça-feira (8) repercute o primeiro comício do presidente Emmanuel Macron, candidato à reeleição. AP - Michel Euler
Publicidade

Le Figaro descreve bem a cena: na entrada da sala, o slogan da campanha, "Com vocês," sinaliza que é de fato o candidato que fala esta noite. Mas atrás das cadeiras dispostas em círculo, bandeiras francesas e europeias indicam que o presidente também terá uma palavra a dizer. 

"Sr. presidente, sr. candidato", o prefeito Karl Olive (que era do partido de direita Os Republicanos e hoje apoia Macron), recebe-o após uma longa salva de palmas. Emmanuel Macron não nega: “Serei presidente durante esses dias e semanas o quanto for necessário, mas serei candidato sempre que puder”, explica antes de esboçar o início de seu discurso de campanha.

O encontro começou, sem surpresa, com a situação na Ucrânia. Macron reafirmou seu apoio ao povo ucraniano e pediu, mais uma vez, uma saída para a crise. Mas ele não escondeu seu pessimismo, pelo menos no curto prazo. "A discussão é difícil com Putin porque hoje ele recusa o cessar-fogo", disse ele. "Não acho que nos próximos dias e semanas haverá uma solução negociada", acrescentou, preparando as pessoas para um conflito que promete ser longo e doloroso.

Emmanuel Macron também aproveitou para revelar suas primeiras propostas diante das consequências econômicas dessa guerra, principalmente no poder de compra. Os preços do petróleo, gás ou cereais estão subindo e ameaçando o crescimento, destaca o diário econômico Les Echos

A escolha da cidade foi, segundo Macron, porque “Poissy é a França”, com 7% de taxa de desemprego, 32% de habitação social e 20% da população de imigração.

Isolado na liderança das pesquisas com uma vantagem de mais de 10 pontos sobre todos os seus adversários, o atual inquilino do Eliseu martela: a pouco mais de um mês do primeiro turno, "nada é certo". Um presidente unificador mais do que um candidato divisor, que evocou a memória do general de Gaulle e do ex-presidente François Mitterrand, defensor da "França Unida", analisa Le Monde

Poder de compra

Les Echos focou no concreto: para lidar com o aumento do preço da gasolina, Emmanuel Macron anunciou uma próxima medida de apoio. “Estamos mantendo os subsídios estatais para gás e eletricidade e vamos adicionar um para a gasolina. Sobre a insegurança alimentar, quem fala é o candidato: vamos inaugurar o cheque-alimentação”, prometeu.

Ao trazer propostas simples e identificáveis, e sem dúvida populares, como a abolição da taxa do audiovisual, ele entra na campanha presidencial na esperança de criar debate em torno dele. A abolição do imposto audiovisual, que financia as TVs e rádios públicas, também é uma proposta de Marine Le Pen e Eric Zemmour.

No total, o sistema destinado a limitar os aumentos no custo da energia custará pelo menos € 20 bilhões por ano. 

Se a guerra na Ucrânia entra em campo e perturba tudo, o novo candidato Macron não esquece, por essas propostas, que o poder de compra continua sendo a primeira preocupação dos franceses. 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.