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Eleições francesas: candidata da direita tenta resgatar conservadores seduzidos por extrema direita

A candidata da direita nas eleições presidenciais francesas de abril, Valérie Pécresse, do partido Republicanos, realizou o seu primeiro grande comício de campanha neste domingo (13), em Paris, no qual reforçou os valores da direita tradicional. Ameaçada por dois nomes da extrema direita, a conservadora também tenta resgatar os eleitores seduzidos pelo discurso dos rivais Marine Le Pen e Eric Zemmour.

Cercada por jovens, Valérie Pécresse realiza primeiro grande comício de campanha para as eleições presidenciais francesas, em Paris. (13/02/2022)
Cercada por jovens, Valérie Pécresse realiza primeiro grande comício de campanha para as eleições presidenciais francesas, em Paris. (13/02/2022) REUTERS - BENOIT TESSIER
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Por enquanto, apenas o nome do atual presidente, Emmanuel Macron, desfruta de uma posição confortável no segundo turno do pleito, com cerca de 25% das intenções de votos no primeiro turno. Pécresse aparece em segundo lugar nas pesquisas, com em torno de 15%, seguida de perto por Le Pen e Zemmour, cada um com cerca de 14%.

Neste primeiro teste diante de um vasto público de militantes, a candidata – que não tem o carisma à sua vantagem – se ateve ao longo discurso que havia previsto, sem margem para improvisos. Diante de mais de 7,5 mil pessoas, no estádio Zénith da capital, Pécresse tentou se desvencilhar da imagem de tecnocrata.

“A segurança será para vocês e a violência, para os bandidos”, “Marianne [figura que representa a República francesa] não é uma mulher de véu”, “Defendo a verdadeira identidade francesa" ou ainda “Eu quero uma França soberana, que não se submete a ninguém”: Pécresse escolheu a dedo das fórmulas apreciadas pelo seu eleitorado de direita, mas que também acenam para o eleitores que escutam com a atenção os discursos mais radicais sobre temas como segurança e imigração, os prediletos da extrema direita. Ela – mas também seus rivais – encontram-se paralisados há várias semanas nas pesquisas para o pleito.

Divisões na direita

“Tomarei o controle dessa imigração que transborda e cria zonas de ‘não-França’”, prometeu. “Nós estamos aqui, juntos, para afirmar alto e forte que uma nova França está chegando”, disse, ressaltando que o seu nome representa uma país "reconciliado”. Todos os caciques estavam presentes no evento, à excessão do ex-presidente Nicolas Sarkozy, que estaria insatisfeito pela pouca lembrança da candidata ao seu governo, do qual participou como ministra da Educação.

Nos temas econômicos, também deixou clara a sua linha política: defendeu que o principal benefício social do governo, o RSA, seja condicionado a pelo menos 15 horas de trabalho voluntário pelos beneficiados e criticou a carga tributária aplicada às empresas.

Ataques a Macron

Neste aspecto, a conservadora tomou a distância do candidato (ainda não oficializado) Emmanuel Macron, a quem alguns dos nomes mais tradicionais dos Republicanos, como o ex-ministro Eric Woerth, aliaram-se. Segundo Pécresse, o atual presidente “cedeu aos remorsos” em relação às ex-colônias francesas e “'racializou' o tema das periferias”.

Ao final de mais de uma hora de discurso, a conservadora ensaiou uma aproximação do público, contando sobre sua infância enquanto “filha de professor e neta de psiquiatra”. "Eu sou essa mulher francesa indomável (…). Nada vai me parar”,  afirmou.

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