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François Fillon, ex-premiê francês, será investigado por mau uso de recursos públicos

Condenado em 2020 pelo emprego fantasma de sua mulher, Penélope, o ex-primeiro-ministro francês François Fillon está agora sob investigação por "mau uso de recursos públicos", por outra contratação polêmica. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (3), por uma fonte ligada ao caso.

O ex-primeiro ministro francês, François Fillon durante um programa de TV no canal francês 2
O ex-primeiro ministro francês, François Fillon durante um programa de TV no canal francês 2 AFP - MARTIN BUREAU
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O Ministério Público das Finanças francês investiga desde 2017 as condições de contratação do escritor Maël Renouard, entre 2013 e 2015, como assistente parlamentar, afirmou esta fonte, confirmando uma informação da rede RTL. A investigação, por enquanto, ficará em nível administrativo.

Como havia revelado o site Buzzfeed em 2017, Renouard, redator de discursos de Fillon  quando ele era primeiro-ministro (2007-2012), foi contratado para escrever "Faire", o livro-programa do candidato à eleição presidencial de 2017.O ex-primeiro-ministro arrecadou € 250 mil (quase US$ 300 mil) com a venda de 100 mil exemplares de sua obra, publicada em setembro de 2015, de acordo com a RTL.

Para o advogado do ex-primeiro-ministro de Nicolas Sarkozy, Antonin Lévy, não há dúvidas de que François Fillon escreveu esse livro e que Maël Renouard colaborou com ele. "Um parlamentar pode colaborar na elaboração de um livro político", declarou, acrescentando que isso faz parte das "missões" do cargo.

Ele também denunciou os métodos do Ministério das Finanças que, segundo ele, mantém investigações abertas "artificialmente" simplesmente "para acabar com a reputação de alguém mais uma vez."

A investigação deverá determinar se o contrato com Renouard, que neste período recebeu € 38 mil de fundos públicos (cerca de R$ 228 mil), segundo a estação de rádio francesa, foi justificado.

O ex-primeiro-ministro foi interrogado sobre o caso neste ano, conforme a mesma fonte."É surpreendente querer que um colaborador parlamentar não possa participar da redação de um livro político de um deputado", disse à AFP seu advogado, Antonin Lévy, para quem se trata de um "processo vazio".

Ex-premiê contratou esposa

Em junho de 2020, Fillon foi condenado a cinco anos de prisão pela contratação fictícia de sua esposa, Penélope, um caso que afundou sua candidatura à eleição presidencial de 2017.O ex-primeiro-ministro conservador apelou da decisão e um novo julgamento será realizado em novembro. 

Na época, além da sentença, Fillon foi condenado a pagar uma multa de € 375 mil e perdeu o direito de exercer cargos públicos por dez anos. O casal e o terceiro acusado, Marc Joulaud, que foi suplente de Fillon como deputado em Sarthe, no oeste da França, também terão que reembolsar mais de € 1 milhão à Assembleia Nacional, a Câmara dos Deputados do país.

(Com informações da AFP)

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