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Covid-19: França prepara volta às aulas sob o temor da variante Delta

A uma semana da volta às aulas, o ministro francês da Educação, Jean-Michel Blanquer, garante que ano letivo será "o mais normal possível". No entanto, o aumento de contaminações e hospitalizações de crianças e bebês preocupa a comunidade médica, que acredita que o pico da quarta onda de Covid-19 ainda não foi atingido na França.

Volta às aulas em 2020 na escola primária em Toulouse, no sudoeste da França. Foto de ilustração.
Volta às aulas em 2020 na escola primária em Toulouse, no sudoeste da França. Foto de ilustração. AFP - LIONEL BONAVENTURE
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Fechar poucas salas de aula e priorizar a escolarização presencial dos alunos: o ministro Jean-Michel Blanquer apresentou nesta quinta-feira (26) o plano para o ano letivo de 2021-2022 na França, garantindo a segurança de crianças e adolescentes.

"Podemos manter a serenidade com essa volta às aulas que ocorrerá, com certeza. Encontraremos dificuldades, claro, teremos problemas, mas temos condições de gerenciá-los", declarou o ministro, durante a coletiva de imprensa.

Para o aguardado 2 de setembro, data oficial do início do ano letivo no país, 12,4 milhões de estudantes e 866.500 professores voltarão presencialmente às salas de aula, em um momento em que a circulação da variante Delta preocupa as autoridades. Entre o final de junho e meados de agosto, período de férias escolares na França, as contaminações entre os menores de 12 anos, que ainda não podem ser vacinados, foi multiplicada por 10

"Temos muito mais casos positivos entre crianças do que nas ondas antecedentes, que detectamos quando eles dão entrada por sintomas de gastrointerites, por exemplo", afirma ao jornal Le Monde Ali Khalfi, chefe da emergência pediátrica do hospital de Antibes, no sul da França. Segundo ele, o grande potencial de contágio da variante Delta provoca mais infecções e, consequentemente, mais hospitalizações, sem que isso implique até o momento em uma maior letalidade entre as faixas etárias mais jovens.  

Protocolo flexibilizado 

A volta às aulas ocorrerá sob um protocolo sanitário moderado, dentro de um nível de gravidade classificado em 2 de uma escala que vai até 4, e que autoriza todos os alunos a serem acolhidos presencialmente. Apenas nas ilhas da Guadalupe e Martinica, departamentos ultramarinos franceses na América Central, e na Guiana, na América do Sul, as escolas abrirão as portas em 13 de setembro, devido à grave situação sanitária nesses locais. 

No resto da França, no ensino primário, em caso de uma contaminação detectada na sala de aula, a classe inteira fechará. Para os alunos a partir de 12 anos, apenas os estudantes considerados "casos contatos" não vacinados deverão se isolar. 

O Ministério da Educação também incentiva a utilização de equipamentos para controlar e melhorar a qualidade do ar nas salas de aula, como captores de gás carbônico. O equipamento permite medir a aeração em ambientes fechados e custa, em média, € 200 - um preço considerado elevado por várias prefeituras. "Será impossível equipar todas as classes", afirma Jean Michel Morer, membro da Associação dos Pequenos Municípios da França e prefeito de Trilport, na região parisiense, em entrevista à Franceinfo

Além disso, para vários sindicatos de professores, diante da rápida propagação da variante Delta, as medidas anunciadas para a volta às aulas são insuficientes. "O nível 2 do protocolo sanitário é preocupante, porque ele foi flexibilizado em relação ao junho, quando a taxa de incidência do vírus era menor", avalia Guislaine David, secretária-geral da central sindical Snuipp-FSU. 

Campanha de testes

Para evitar novos focos de Covid-19 nas escolas, o governo também pretende dar sequência à campanha de testes, "com o objetivo de 600 mil exames de saliva por semana", anunciou o ministro Blanquer. No entanto, os sindicatos acreditam que a estratégia precisa ser melhorada. "No ano passado, a taxa de autorização dos pais para a aplicação desta medida foi de cerca de 60%", ressalta Guislaine David. 

Já para incentivar a vacinação de adolescentes da faixa etária dos 12-17 anos, o governo pretende instalar centros temporários de imunização perto de estabelecimentos escolares e propõe levar os alunos até esses locais para a aplicação dos fármacos. 

Em todo o país, 57% dos jovens com idades entre 12 e 17 anos receberam ao menos uma dose da vacina anticovid. Entre os professores, 89% estão completamente imunizados. 

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