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França promete plano contra prostituição de menores que envolve até 10 mil adolescentes

O secretário de Estado para a Proteção da Infância na França, Adrien Taquet, anunciou nesta terça-feira (13) o lançamento de um plano nacional de combate à prostituição de menores, no segundo semestre de 2021. A medida foi reivindicada em um relatório redigido por um grupo de trabalho e entregue ao governo.

A grande maioria dos menores que se prostituem na França são meninas que têm entre 15 e 17 anos. (Foto de ilustração).
A grande maioria dos menores que se prostituem na França são meninas que têm entre 15 e 17 anos. (Foto de ilustração). REUTERS
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O documento faz um balanço alarmante da prostituição infantil na França. O número de crianças e adolescentes que se prostituem no país oscila entre 7.000 e 10.000. O número de vítimas está em alta crescente nos últimos cinco anos, segundo associações que militam contra o fenômeno.

A grande maioria dos menores que se prostituem são meninas. Elas têm entre 15 e 17 anos e são frequentemente vulneráveis, com uma situação familiar complicada ou que já foram vítimas de abusos sexuais.

Influência da internet

Mas esse panorama social tradicional tem evoluído. Todas as classes sociais estão representadas atualmente. As menores são recrutadas majoritariamente pelas redes sociais, que também atraem os clientes.

Arthur Melon, secretário-geral da associação Agir contra a Prostituição, disse em entrevista à rádio France Info que a “internet realmente mudou a situação”. Ele alerta que a web é capaz de “acelerar e de faciliar o recrutamento das vítimas, particularmente via algumas redes sociais”.

A grande maioria das adolescentes tem dificuldade de se reconhecer como vítima. O caso de “Zahia”, uma jovem envolvida em um escândalo de prostituição com jogadores franceses e que hoje é uma atriz de sucesso, explicaria essa dificuldade. A prostituição passou a ter para as menores uma imagem “glamour” dizem os especialistas.

As adolescentes garantem agir por escolha, se definem como garotas de programa, salientam a remuneração financeira e se mostram indiferentes aos abusos sexuais que sofrem.

Reforçar legislação e ação da polícia

O grupo de trabalho, formado por 32 especialistas e presidido pela procuradora-geral da Corte de Apelações de Paris, Catherine Champrenault, recomenda ao governo reforçar a capacidade da polícia para lutar contra o fenômeno. Uma das pistas principais é autorizar os agentes a utilizar pseudônimos em suas investigações nas redes sociais.

O documento recomenda também campanhas de prevenção visando os adolescentes e seus familiares, assim como uma melhor formação de professores e profissionais da saúde para detectar as eventuais vítimas. Outra ideia é destacar juízes nos tribunais franceses para cuidar especialmente de casos de aliciamento de menores.

Arthur Melon, secretário-geral da associação Agir contra a Prostituição reforça que “uma legislação e meios técnicos mais adequados para melhor controlar as atividades de pedocriminosos na internet” são fundamentais. 

(Com informações da France Info)

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