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Covid-19: Com avanço na vacinação de idosos, aumenta o número de jovens nas UTIs de Paris

Um quarto dos contaminados pelo coronavírus internados nas UTIs dos hospitais parisienses têm menos de 40 anos atualmente. Para os médicos franceses, essa é uma consequência direta da vacinação de pessoas mais velhas.

Enfermeiras entubam um paciente de 16 anos contaminado pela Covid-19 na UTI do hospital La Timone, em Marselha, no sul da França.
Enfermeiras entubam um paciente de 16 anos contaminado pela Covid-19 na UTI do hospital La Timone, em Marselha, no sul da França. AP - Daniel Cole
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Mais de três milhões de franceses receberam uma primeira dose da vacina contra a Covid-19 desde o início da campanha. A maioria dos imunizados tem mais de 75 anos: uma estratégia adotada pelo governo que modifica o mapa da epidemia na França.

A principal diferença vem sendo observada na média de idade dos pacientes internados. No hospital Lariboisière, em Paris, os doentes que vêm dando entrada nos últimos dias são cada vez mais jovens.

Segundo Bruno Mégarbane, chefe da UTI do local, 40% dos pacientes com Covid-19 têm menos de 50 anos. Entre eles, vários estão na faixa de 30 anos. "Essa tendência vem sendo observada em todos os hospitais públicos de Paris", diz, em entrevista à Franceinfo.

Para o especialista, não há dúvidas de que o fenômeno pode ser explicado com a vacinação das pessoas mais velhas. "Três quartos das pessoas de mais de 80 anos vivem em casas de repouso. Uma boa parte delas já foi imunizada e, por isso, está protegida", aponta.

Mégarbane indica também que, há várias semanas, preocupados com a propagação das variantes do coronavírus na França, os idosos estão mais vigilantes e tentam se isolar para não se contaminar. Por outro lado, segundo o especialista, o relaxamento das medidas da parte das faixas etárias mais jovens também pode explicar o aumento de entradas de pessoas de 30 a 40 anos nas UTIs parisienses.

Aceleração da vacinação

O governo francês pretende acelerar a vacinação nas próximas semanas para evitar o anúncio de um terceiro lockdown. Após o anúncio dos resultados de um estudo britânico sobre os efeitos benéficos da vacina da AstraZeneca em pessoas com mais de 65 anos, 2,5 milhões de cidadãos deverão ser imunizados na próxima fase da campanha contra a Covid-19 na França.

Para ajudar neste processo, a Alta Autoridade de Saúde do país também recomendou nesta terça-feira (2) que as vacinas possam ser aplicadas por farmacêuticos, enfermeiros e parteiras, além de médicos. "Apenas em março, vamos propor a primeira dose a 6 milhões de franceses", afirmou o ministro da Saúde, Olivier Verán, destacando que no final deste mês, a meta é que 9 milhões de pessoas estejam imunizadas.

A França contabiliza atualmente 25.430 pessoas hospitalizadas por Covid-19, 3.544 em UTIs. Desde o início da pandemia, o país registrou 3,76 milhões de contaminações e 86.803 mortos por coronavírus.

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