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Greve/França

Acidentes com bicicletas, patinetes e scooters aumentam em 40% em Paris durante greve dos transportes

Muitos parisienses estão recorrendo a bicicletas, patinetes e scooters para se locomoverem durante a greve dos transportes públicos, que paralisa boa parte da França desde 5 de dezembro. Desde então, os serviços de emergência da capital francesa realizaram 600 intervenções devido aos acidentes em duas rodas - registrando um aumento de 40%.

No décimo-terceiro dia de greve consecutivo em Paris, pessoas utilizam bicicletas e patinetes para evitar os metrôs, ônibus e bondes lotados. 15/12/19
No décimo-terceiro dia de greve consecutivo em Paris, pessoas utilizam bicicletas e patinetes para evitar os metrôs, ônibus e bondes lotados. 15/12/19 REUTERS/Charles Platiau
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É uma consequência indireta do conflito social: os parisienses estão recorrendo mais aos transportes a duas rodas. Na última quarta-feira (11), o número de bicicletas circulando em Paris registrou um aumento de 104%.

O resultado é que, com o aumento da circulação nas ciclovias, a quantidade de acidentes também é maior. Assim, serviços de socorros estão sendo muito mais acionados do que normalmente. Entre 5 e 14 de dezembro, intervenções de bombeiros registraram um acréscimo de 40%.

De acordo com o jornal Le Parisien, os bombeiros foram chamados 600 vezes durante a greve dos transportes em Paris, contra 450 vezes no mesmo período, no ano passado. "São usuários que perdem o controle e caem, que atropelam um pedestre ou sofrem um acidente com um motorista", afirmou o tenente-coronel Gabriel Plus, porta-voz dos bombeiros de Paris.

Até o momento, nenhuma morte foi registrada. "Observamos batidas ou quedas, que resultam em traumatismos mais ou menos graves. Por isso é preciso que os usuários de 'duas rodas' lembrem de colocar um capacete e utilizar luzes ou faróis durante a noite para evitar o pior, para eles e para os outros", reitera.

O problema é que, nos últimos dias, as ciclovias estão sendo utilizadas por parisienses que não estão acostumados a andar a duas rodas. "Normalmente essas pessoas utilizam os transportes públicos, mas como quase não há mais, é preciso que eles deem outro jeito de chegar ao trabalho. E isso aumenta o número de acidentados nas emergências dos hospitais", afirma a enfermeira Sophie Baraduc, do Hospital Pompidou, à BFM TV.

Aumento de 20% nos atropelamentos com carros

Com apenas duas das 16 linhas de metrô circulando normalmente, dois dos trens de subúrbio funcionando apenas nos horários de pico e 50% dos ônibus nas garagens, muitos moradores de Paris e arredores se viram obrigados a fazer o trajeto até o trabalho de carro. Além de engarrafamentos que, na última segunda-feira (16), ultrapassaram os 600 quilômetros, o número de atropelamentos com veículos também aumentou durante a greve.

Segundo os bombeiros de Paris, esse tipo de acidente teve um acréscimo de 20%. As maiores vítimas são pedestres e usuários de bicicletas.

Com trajetos mais longos, complicados e cansativos em quase duas semanas de greve, brigas e discussões no trânsito se tornaram frequentes. Na segunda-feira, uma motorista esfaqueou duas pedestres perto da avenida Champs-Elysées, no 8° distrito da capital francesa, depois de quase atropelá-las.

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