Acessar o conteúdo principal
França/Greve

Pesquisa: greve não incomoda 71% dos franceses

No 12° dia de greve dos transportes da França, o assunto continua estampado nas capas dos principais jornais do país. Os diários desta segunda-feira (16) questionam até quando vai durar a queda de braço entre o governo e os sindicatos e se haverá uma trégua na paralisação durante as festas de fim de ano.

Pessoas no ponto de ônibus da estação Gare du Nord, em Paris, no 12° dia consecutivo da greve dos transportes na França, nessa segunda-feira 16 de dezembro de 2019.
Pessoas no ponto de ônibus da estação Gare du Nord, em Paris, no 12° dia consecutivo da greve dos transportes na França, nessa segunda-feira 16 de dezembro de 2019. REUTERS/Eric Gaillard
Publicidade

O jornal Le Figaro publica o resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop) segundo a qual 71% dos entrevistados se sentem muito pouco ou nada incomodados pela greve. No entanto, 55% dos franceses consideram que a continuação da paralisação no Natal e no Ano Novo "não seria aceitável". Caso a mobilização persista nos próximos dias e semanas, 46% acreditam que a responsabilidade é do Executivo francês e 35% culpa os sindicatos.

O governo exige que os grevistas façam uma pausa durante o Natal e o Ano Novo, mas os sindicatos já responderam negativamente. "Enquanto uma terceira rodada de manifestações nacionais se anuncia intensa, na terça-feira (17), os grevistas querem continuar sua mobilização durante as festas", publica Le Figaro.

Primeiro-ministro francês sob os holofotes

A revolta da população mira principalmente em uma figura: o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe. Segundo o jornal Libération, destacar o premiê é uma nova estratégia do governo para tentar poupar a popularidade do presidente Emmanuel Macron.

De fato, o primeiro-ministro está, de acordo com Libé, "sob os holofotes", desde a apresentação do controverso projeto de reforma da Previdência, na última quarta-feira (11). O jornal lembra que essa não é a primeira vez que Philippe toma as rédeas da situação. Desde o surgimento do movimento dos coletes amarelos, no ano passado, emergiram vários pedidos de demissão de Macron, devido "a superexposição do presidente", avalia o executivo.

Sindicatos recuperam prestígio

Na manchete de capa, o jornal Le Parisien publica: "Os sindicatos também sabem jogar duro". A foto de página inteira mostra os dois principais líderes sindicais do país, Philippe Martinez, da Confederação Geral do Trabalho, e Laurent Berger, da Confederação Francesa Democrática do Trabalho. Em editorial, o diário avalia que ambos conseguiram recuperar o prestígio perdido há um ano, quando os coletes amarelos passaram a lhes roubar a cena.

Le Parisien também salienta as divergências entre os dois líderes. Berger busca o equilíbrio, acredita que uma reforma da Previdência é necessária na França, mas é contra as medidas econômicas que possam arruinar a justiça social. Já Martinez é taxativo e quer o cancelamento total do projeto do governo sobre as aposentadorias.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.