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Segundo dia de julgamento de Daniel Alves em Barcelona tem depoimento de esposa e amigo do jogador

O segundo dia de julgamento do jogador brasileiro Daniel Alves, acusado de ter estuprado uma jovem em uma boate de Barcelona em 2022, tem início às 15h pelo horário local (11h em Brasília). A esposa do atleta, Joana Sanz, e um amigo do jogador devem ser ouvidos. 

A segunda sessão do julgamento de Daniel Alves acontece no Tribunal de Barcelona a partir das três da tarde, no horário local, onze da manhã no horário de Brasília.
A segunda sessão do julgamento de Daniel Alves acontece no Tribunal de Barcelona a partir das três da tarde, no horário local, onze da manhã no horário de Brasília. AFP - JORDI BORRAS
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Ana Beatriz Farias, correspondente da RFI na Espanha

A previsão é de que sejam ouvidas 22 testemunhas nesta terça-feira. Um dos depoimentos mais aguardados é o da modelo Joana Sanz. Casada com Alves desde 2017, ela chegou a manifestar diversas vezes nas redes sociais sua intenção de separar do jogador. No entanto, nos últimos meses, houve indícios de que o relacionamento poderia continuar.

A modelo foi convocada pela defesa do brasileiro e, segundo a imprensa espanhola, deve seguir a mesma versão apresentada por Alves, de que a relação com a jovem que o acusa de estupro foi consentida e que ele estava sob efeito de bebida alcoólica quando ocorreu o suposto crime, na boate Sutton, em Barcelona. O jornal espanhol La Vanguardia aposta que Sanz dirá que "naquela noite, o acusado chegou bêbado em casa". 

Há muita expectativa também pelo depoimento de um amigo que acompanhava Daniel Alves na madrugada do 31 de dezembro de 2022. Policiais que participaram da condução do caso também serão ouvidos nesta terça-feira.

Início do julgamento

De acordo com informações divulgadas pela imprensa espanhola, na segunda-feira (5), a vítima teria confirmado mais uma vez sua versão, em um depoimento dado a portas fechadas e com uma barreira física entre ela e o jogador.

Os outros depoimentos da primeira sessão foram dados por três funcionários da boate – dois garçons e um porteiro –, além de uma amiga e uma prima da jovem que acusam Daniel Alves de violência sexual. O porteiro chegou a dizer que viu a autora da denúncia chorando na saída da festa e que, enquanto ele e o diretor da casa noturna conversavam com ela, Daniel Alves passou ao lado sem dizer nada.

Já a prima da vítima disse que o brasileiro tocou as partes íntimas dela e da denunciante num dado momento da festa. A testemunha também falou que a autora da denúncia, após entrar e sair do banheiro em que esteve com o jogador, afirmou que Alves a teria ferido e ejaculado dentro dela.

Segundo o La Vanguardia, a atitude de Dani Alves foi descrita pelas jovens como "pegajosa". O diário espanhol também salienta que desde que foi vítima da suposta agressão sexual, a jovem "não consegue mais trabalhar, toma antidepressivos e segue tratamentos psicológicos e psiquiátricos".

Depoimento de Daniel Alves

Na quarta-feira (7), último dia de julgamento, serão apresentados relatórios periciais, informes e conclusões. A terceira sessão será também o momento em que Daniel Alves irá depor. Sua defesa aposta que, alegando estar sob efeito de álcool, a pena possa ser reduzida.

Desde que a notícia veio à tona, em janeiro de 2023, Alves já expôs quatro diferentes versões dos fatos, chegando a negar que conhecia a vítima. Após várias revelações da imprensa espanhola, o jogador passou a afirmar que o ato sexual ocorreu de forma consentida. A jovem que o acusa, por outro lado, defende de uma maneira mais sólida e sem oscilações seu relato de que Daniel Alves a teria estuprado e agredido no banheiro da boate.

O Ministério Público espanhol pede nove anos de prisão a Alves, além de exigir o pagamento de uma indenização de € 150 mil (mais de R$ 800 mil) por sequelas deixadas na vítima. O órgão e a acusação também solicitam que o jogador tenha sua liberdade vigiada por um período de dez anos após sua saída da prisão, no caso de condenação. 

Além disso, a defesa exige que o brasileiro seja proibido de se aproximar e de se comunicar com a jovem pelo mesmo período. A defesa pede 12 anos de prisão ao atleta - o máximo previsto na legislação espanhola para casos do tipo. 

Relembre o caso

Daniel Alves é acusado por uma jovem de estupro durante uma festa na boate Sutton, em Barcelona, na noite do 30 ao 31 de dezembro de 2022. De acordo com o texto apresentado pela acusação, a agressão sexual teria ocorrido em uma sala reservada na casa noturna. Ele estava acompanhado por um amigo e conheceu a vítima no local. A jovem estava com uma prima e uma amiga.

Após convidá-las para beber champanhe, o ex-lateral da Seleção Brasileira teria chamado a garota para entrar em outra área exclusiva onde há um pequeno banheiro. Ela diz que desconhecia a existência deste local, onde teria sido forçada a manter relações sexuais com o jogador.  

"A vítima reiteradamente pediu que a deixasse ir embora, que queria sair dali, o que o réu não permitiu", indica o texto do Ministério Público, afirmando que a jovem viveu uma "situação de angústia e terror".

Ao deixar o banheiro, a vítima contou para a amiga e a prima sua versão do ocorrido, e o trio pediu ajuda a funcionários da boate. O jogador deixou o local antes da chegada da polícia e foi preso em 20 de janeiro de 2022. 

O caso suscitou forte comoção na Espanha, onde Daniel jogou, por muitos anos, no FC Sevilha e no Barcelona. Uma série de polêmicas se adicionaram ao caso, como os desabafos da mulher do brasileiro nas redes sociais, além do comportamento da mãe do atleta, que chegou a divulgar detalhes sobre a identidade da vítima na internet, a quem acusa de mentir. 

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