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Daniel Alves será julgado por estupro em fevereiro de 2024 na Espanha, com defesa inconsistente

A justiça espanhola comunicou nesta quarta-feira (20) que o julgamento do jogador Daniel Alves ocorrerá nos dias 5, 6 e 7 de fevereiro de 2024. O atleta, que está em prisão preventiva desde janeiro deste ano, é acusado de ter estuprado uma mulher em Barcelona no fim de 2022.

A situação de Daniel Alves segue bastante complicada para a defesa do jogador na Espanha.
A situação de Daniel Alves segue bastante complicada para a defesa do jogador na Espanha. AFP - ULISES RUIZ
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Ana Beatriz Farias, correspondente da RFI na Espanha

O comunicado de que o julgamento relacionado ao caso acontecerá em menos de dois meses foi feito pouco tempo depois de as autoridades da Espanha declararem o fim do período de investigações e anunciarem que o atleta seria, sim, julgado por ter supostamente violentado uma jovem de 23 anos no banheiro de uma discoteca em Barcelona, em dezembro do ano passado. Num ato público, em novembro deste ano, o Tribunal de Barcelona, responsável pelo caso, decretou a abertura do julgamento do jogador.

Multas e liberdade vigiada

O Ministério Público da Espanha pede que Daniel Alves cumpra uma pena de nove anos de prisão e que, nos dez anos posteriores ao cárcere, viva em liberdade vigiada. Além disso, a justiça pede o pagamento de uma indenização de € 150 mil por sequelas físicas, psicológicas e morais, e a proibição de se aproximar a menos de um quilômetro da jovem que o acusa.

Enquanto isso, os advogados da vítimas pedem 12 anos de reclusão, que é tempo máximo previsto na legislação espanhola para o crime em questão.

A defesa da mulher que diz ter sido estuprada por Alves, também acusa o jogador de ter provocado lesões na jovem, pelas quais pede o pagamento de uma multa de € 13.500.

A acusação da vítima pede também uma indenização de € 150.000 por sequelas físicas e psicológicas; a proibição de que Daniel Alves se comunique com a mulher ou se aproxime dela a uma distância menor que 1.000 metros – durante os dez anos posteriores ao cumprimento de uma possível reclusão – e uma medida de liberdade vigiada durante o mesmo período.

Já a defesa do jogador sustenta que entre a jovem que acusa Daniel Alves e o atleta houve uma relação sexual consensual e, por isso, pede que Alves seja absolvido.

Prisão preventiva na Catalunha

Enquanto aguarda julgamento, Daniel Alves continua preso preventivamente na Catalunha, situação em que se encontra desde 20 de janeiro de 2023.

Entre os principais motivos para a decisão da justiça de manter o atleta sob a tutela do Estado espanhol, está seu alto poder aquisitivo, capaz de aumentar as possibilidades de que Alves fugisse antes de responder judicialmente às acusações que recaem sobre ele.

Durante todo este ano, o brasileiro apresentou diferentes versões sobre o que teria ocorrido no dia 30 de dezembro de 2022. Primeiro, ele veio à público dizer que não conhecia a mulher que o acusa; depois, disse que teve uma relação sexual consensual com ela, ainda que sem penetração e, na sequência, assumiu que houve penetração, mas seguiu declarando que tudo haveria ocorrido de maneira consentida.

A versão da mulher que afirma ter sido violentada por ele é considerada mais sólida, já que não apresentou as variações percebidas no discurso do jogador.

De acordo com a jovem, ela teria ido de forma voluntária ao banheiro, mas, depois de trocar beijos com o jogador, pediu para sair e foi impedida por ele. Ainda segundo a mulher que o acusa, o jogador teria dito palavras obscenas, batido nela e cometido o estupro.

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