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Daniel Alves vai a julgamento por caso de estupro em Barcelona

O ex-jogador Daniel Alves será julgado pelo estupro de uma jovem na casa noturna Sutton, em Barcelona. O brasileiro está preso desde janeiro em decorrência da denúncia. Alves responderá por "crime de agressão sexual", segundo fontes do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, mas ainda não há data para o julgamento. O caso aconteceu na madrugada de 31 de dezembro de 2022, depois de o lateral-direito ter disputado a Copa do Catar.

Daniel Alves permanece preso em Barcelona até o julgamento do caso.
Daniel Alves permanece preso em Barcelona até o julgamento do caso. AFP - ULISES RUIZ
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Segundo o jornal esportivo Marca, da Espanha, a juíza encarregada do caso marcou uma audiência com o jogador de 40 anos para a próxima quinta-feira (3), na qual ele tomará conhecimento da acusação e poderá fazer uma declaração perante a Justiça, o passo seguinte à formalização do processo. 

O 15º Tribunal de Instrução de Barcelona concluiu a investigação contra Alves depois de realizar a última etapa prevista: um exame psicológico da vítima na Unidade de Psicologia do Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses da Catalunha (Imelec), reporta o diário esportivo. Especialistas foram consultados para determinar se a vítima sofreu algum tipo de dano ou sequela após a suposta agressão sexual. 

Nas próximas etapas judiciais serão especificadas as acusações e os respectivos pedidos de pena, que podem chegar a cerca de dez anos de prisão. 

O tribunal ratificou a prisão preventiva de Daniel Alves e fixou em € 150.000 a indenização de responsabilidade civil que ele terá de pagar à vítima, caso venha a ser condenado, por danos morais e psicológicos causados à mulher. De acordo com o Marca, a defesa de Alves não recorrerá dessa decisão e, em 3 de agosto, ele terá de comparecer perante a juíza para informá-la de que será julgado.

Sem data para sair da prisão

O ex-jogador está preso desde 20 de janeiro, pouco tempo depois de ser denunciado à polícia. A jovem de 23 anos que o acusa apresentou a queixa em 2 de janeiro. Segundo a vítima, a agressão teria acontecido no banheiro da boate. Acuado, o jogador mudou sua versão do ocorrido diversas vezes. Testes confirmaram a presença do DNA de Alves no corpo da jovem e vestígios de sêmen do jogador no chão e nas roupas da vítima. 

A defesa do ex-jogador não espera que ele seja libertado antes do julgamento, já que o Tribunal de Apelação de Barcelona rejeitou duas vezes seus pedidos de libertação sob fiança.

O tribunal colheu depoimentos de funcionários da discoteca Sutton, de uma amiga e de uma prima que estavam com a jovem denunciante. Uma delas relatou que antes da suposta agressão no banheiro da casa noturna, o jogador brasileiro já teria abordado violentamente uma delas. Este segundo relato tornou-se comprometedor para o lateral-direito, pois coincidiu com declarações da vítima à polícia. 

A jovem de 23 anos contou que em um determinado momento da noite, em que estava distante da prima e da amiga, "percebeu que ele estava tocando o corpo delas". 

Os testemunhos das mulheres são considerados coerentes, enquanto os do jogador apresentaram diversas contradições, o que até ele mesmo reconheceu ao pedir para prestar depoimento novamente.

A vítima, em sua denúncia, explicou que o jogador a agarrou por trás enquanto dançavam e disse coisas ao seu ouvido que ela não entendeu, pois foram ditas em português. "Por trás, ele agarrou minha mão e a colocou no pênis dele e eu a afastei. Ele fez isso duas vezes, a segunda vez com muita força e eu tirei novamente. Aquilo estava me dando nojo", explicou a mulher. "Estávamos muito distantes um do outro, ele estava insistindo e era muito pesado e estava me dando nojo." 

"Consciência tranquila"

Em uma entrevista publicada em junho pelo jornal catalão La Vanguardia, a primeira desde que foi preso, Daniel Alves disse que era inocente. "Tenho a consciência muito tranquila do que ocorreu naquela madrugada no banheiro da boate Sutton. O que ocorreu e o que não ocorreu. E o que não ocorreu é que eu obriguei essa mulher a fazer nada do que fizemos", explicou o ex-jogador do São Paulo ao jornal na prisão em que se econtra, a aproximadamente 40 km de Barcelona.

"Não há nem uma só marca em seu corpo que explique essa violência com a qual ela disse que a movi no banheiro", defende-se o jogador, que afirma que as relações foram, a todo momento, consentidas pelos dois.

Na extensa conversa, o lateral-direito justificou suas diversas mudanças de versões sobre o ocorrido por medo de perder sua esposa.

Jogador que mais conquistou troféus na história, com 43 títulos, Daniel Alves viveu a fase mais gloriosa de sua carreira entre 2008 e 2016, quando ao lado de Messi, Xavi e Iniesta conquistou 23 troféus, mas também defendeu equipes como Juventus e Paris Saint-German. O último clube do atleta no Brasil foi o São Paulo, onde jogou entre 2019 e 2021. No Catar, ele se tornou o jogador brasileiro mais velho a entrar em campo em um Mundial. Sua última equipe, o Pumas do México, anunciou a sua saída em janeiro, quando estourou o escândalo.

Com informações da AFP

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