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Suspeito de matar dois suecos na Bélgica foi morto pela polícia

Um homem suspeito de ter matado dois suecos durante um ataque na noite de segunda-feira (16), em Bruxelas, foi baleado e detido na manhã desta terça-feira (17) na capital belga, informou um porta-voz do Ministério Público Federal. Ele foi encontrado pela polícia em um café na comunidade de Schaerbeek, em Bruxelas, onde um edifício havia revistado durante à noite. Esse novo ataque em Bruxelas acontece no momento em que a Europa se defronta com o drama do terrorismo, depois da morte de um professor por um radical islâmico na França.

Uma van da polícia passa perto da Eugene Verboekhovenplein, na área de Schaerbeek, em Bruxelas, em 17 de outubro de 2023.
Uma van da polícia passa perto da Eugene Verboekhovenplein, na área de Schaerbeek, em Bruxelas, em 17 de outubro de 2023. AFP - NICOLAS BARAS
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“A polícia abriu fogo”, informou o porta-voz da promotoria belga, Eric Van Duyse, sem especificar se o suspeito havia ficado ferido. Mais tarde, a promotoria confirmou a morte do homem, identificado como o tunisiano Abdesalem L., de 45 anos. Com ele foi encontrada uma arma automática.

Abdesalem L. havia solicitado asilo na Bélgica em novembro de 2019, mas teve seu pedido rejeitado um ano mais tarde. No entanto, ele nunca recebeu uma ordem oficial das autoridades para deixar o país. 

O tunisiano era conhecido da polícia por tráfico de pessoas, residência ilegal e por colocar em risco a segurança do Estado, segundo o ministro da Justiça belga, que também admitiu que um serviço de inteligência estrangeiro havia informado à polícia, em 2016, que este indivíduo tinha "um perfil radical e era um candidato à Jihad", a guerra santa islâmica. 

Autoridades belgas revelaram que no vídeo em que o assassino reivindicava o ataque aos suecos para o grupo terrorista Estado islâmico ele havia citado as manifestações ocorridas na Suécia em que livros do Alcorão foram queimados, provocando uma controvérsia com a comunidade muçulmana do país. 

Nível de alerta terrorista

O nível de alerta terrorista foi elevado ao máximo em Bruxelas, depois que dois suecos foram mortos e outra pessoa ficou ferida por um homem que dizia pertencer à organização do Estado Islâmico (EI).

De acordo com um vídeo publicado no site do jornal Het Laatste Nieuws, o atirador vestindo uma jaqueta laranja fluorescente dirigia uma moto e fugiu após usar um rifle automático.

Num outro vídeo difundido pelo meio de comunicação belga La Dernière Heure, as imagens mostram um homem abrindo fogo num cruzamento, primeiro com dois tiros, depois outros três. O homem então persegue um pedestre até um prédio comercial e atira nele duas vezes. O suspeito deu alguns passos para trás, como mostram essas imagens, antes de abrir fogo novamente. Uma testemunha, citada pela imprensa belga, disse ter ouvido o agressor gritar “Allah Akbar” antes de atirar.

No momento do incidente, acontecia uma partida de futebol entre a Bélgica e a Suécia pelas eliminatórias da Eurocopa de 2024. Segundo a imprensa local, os dois mortos eram torcedores suecos. A partida foi suspensa por razões de segurança, e depois finalmente cancelada. Os 35.000 espectadores foram orientados a esperar no estádio, até que o local pudesse ser esvaziado.

O outro ferido na ação é um taxista, que não corre risco de morte, segundo as autoridades belgas.

Policiais belgas do serviço forense procuram provas em uma rua depois que duas pessoas foram mortas durante um tiroteio em Bruxelas, na noite de 16 de outubro de 2023
Policiais belgas do serviço forense procuram provas em uma rua depois que duas pessoas foram mortas durante um tiroteio em Bruxelas, na noite de 16 de outubro de 2023 AFP - KENZO TRIBOUILLARD

Até esse momento, não há evidências que indiquem que o ataque esteja ligado ao conflito entre Israel e o Hamas, no Oriente Médio, declarou o Ministério Público Federal belga, que abriu, no entanto, uma investigação por terrorismo.

Reações

O primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, apresentou “sinceras condolências" depois do "ataque covarde" contra cidadãos suecos. "Como parceiros próximos, a luta contra o terrorismo é uma luta comum”, acrescentou.

Ainda na noite de segunda-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, também denunciou um “ataque abjeto” que deixou dois mortos em Bruxelas. “Meu coração está com as famílias esta noite de ambas as vítimas do desprezível ataque ocorrido em Bruxelas", declarou. “Estamos unidos contra o terrorismo,” concluiu ela.

Em viagem à Albânia, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que Bruxelas foi novamente atingida por um “ataque terrorista islâmico”. “A nossa Europa está abalada”, ele acrescentou durante um discurso, expressando a solidariedade dos franceses neste “momento terrível”.

Fronteiras reforçadas

No dia seguinte ao ataque em Bruxelas, a França reforçou a segurança na sua fronteira com a vizinha Bélgica, anunciou nesta terça-feira o Ministro do Interior francês, Gérald Darmanin. “Desde o momento em que soubemos que havia um ataque em Bruxelas, reforçamos a fronteira entre a Bélgica e a França, em coordenação com os nossos amigos belgas", declarou Darmanin à radio francesa RTL.

Também houve reforço da presença policial em Lille, no norte da França, cidade que vai sediar o amistoso de futebol entre França e Escócia, esta noite.

Outros ataques

Bruxelas já foi palco de ataques terroristas, em março de 2016, quando homens-bomba ligados aos agressores de 13 de novembro de 2015 em Paris detonaram explosivos no metrô e no aeroporto da capital belga, matando 32 pessoas.

(Com informações da RFI e da AFP)

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