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Papa Francisco defende uma Igreja aberta a todos durante discurso diante de 200 mil fiéis em Fátima

O papa Francisco fez uma rápida visita à Fátima neste sábado (5), como parte de sua agenda em Portugal, onde acontece a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Após o discurso na cidade, que tem um dos santuários mais frequentados no mundo, o sumo pontífice retornou para Lisboa, onde participa de uma grande vigília com jovens no Parque Tejo, antes de presidir, no domingo (6), a missa final da JMJ.

Papa Francisco abençoa fiéis durante sua passagem por Fátima, em Portugal.
Papa Francisco abençoa fiéis durante sua passagem por Fátima, em Portugal. AP - Gregorio Borgia
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Ao contrário do que estava previsto, o papa improvisou boa parte de seu primeiro discurso em Fátima e suprimiu a segunda parte, onde deveria abordar temas como a guerra na Ucrânia e a busca pela paz. Um porta-voz do Vaticano explicou que o sumo pontífice já havia improvisado um de seus discursos na véspera, por causa de “um incômodo na visão”. Mas, neste sábado, o fato de ter abandonado o texto que havia sido preparado foi “uma escolha” de Francisco.

Em Fátima, o papa defendeu novamente uma Igreja que não exclui. "A capelinha onde nos encontramos constitui uma bela imagem da Igreja: acolhedora e sem portas", disse Francisco. "A Igreja não tem portas para que todos possam entrar. E aqui, também, podemos insistir que todos podem entrar, porque esta é a casa da Mãe", disse o sumo pontífice, lembrando que "uma Mãe tem sempre o coração aberto, para todos os filhos, sem exceção".

Ao chegar a Fátima, Francisco foi aplaudido por quase 200.000 fiéis, de acordo com as autoridades locais, que não lotaram por completo o local, atingido pela fumaça e cinzas de um incêndio florestal a 100 quilômetros de Fátima. 

A bordo do seu Papamóvel, Jorge Bergoglio atravessou a esplanada que circunda a pequena capela construída no local onde, segundo a tradição católica, a Virgem Maria apareceu para três crianças em 1917. O papa apareceu sorrindo e abençoou os fiéis reunidos ao longo das barreiras antes de rezar o rosário com jovens doentes e com deficiência, além e seis detentos.

Depois de passar quase duas horas em Fátima, o papa retornou de helicóptero a Lisboa. Essa é sua segunda visita a Portugal. Na primeira viagem, em maio de 2017, ele participou da canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto, também no Santuário de Fátima.

O sumo pontífice está no país desde quarta-feira (2). Apesar de ter sido submetido a uma importante operação no abdômen há dois meses, e de se deslocar em cadeira de rodas ou apoiado em uma bengala, Francisco tem se mostrado sorridente e em boa forma durante a estadia.

Ecologia integral

Na sexta-feira, em Lisboa, o papa celebrou uma via crucis diante de 800.000 peregrinos. Durante essa cerimônia, houve depoimentos de jovens, música e uma atuação artística das diferentes alturas que compõem o grande palco azul instalado para a JMJ.

Já durante um encontro com estudantes na Universidade Católica de Lisboa, na quinta-feira (3), ele destacou o conceito de "ecologia integral", uma marca de seu pontificado desenvolvida na encíclica "Laudato Si" (2015), dedicada à defesa do meio ambiente, que vincula ecologia e justiça social, integrando estreitamente o ser humano com a natureza.

"Devemos reconhecer a urgência dramática de cuidar da casa comum. No entanto, isso não pode ser feito sem uma conversão do coração e uma mudança da visão antropológica subjacente à economia e à política". "Não podemos nos contentar com simples medidas paliativas ou com tímidos e ambíguos compromissos", insistiu o pontífice. 

(Com AFP)

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