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Paz defendida pelo Brasil na Ucrânia esbarra na batalha de Bakhmut

A imprensa francesa analisa os combates em Bakhmut, no leste da Ucrânia. As forças de Kiev dizem ter realizado contra-ataques eficazes na cidade, que se tornou o epicentro da guerra e é atualmente controlada em 95% pelas forças russas. O anúncio ocorreu simultaneamente à visita do ex-chanceler e assessor especial para assuntos internacionais da Presidência brasileira, Celso Amorim, que visitou a capital ucraniana nessa quarta-feira (10). 

A batalha por Bakhmut, cidade devastada e atualmente controlada em 95% pelas forças russas, é a mais longa e violenta desde o início da invasão lançada por Moscou em fevereiro de 2022.
A batalha por Bakhmut, cidade devastada e atualmente controlada em 95% pelas forças russas, é a mais longa e violenta desde o início da invasão lançada por Moscou em fevereiro de 2022. via REUTERS - ADAM TACTIC GROUP
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Amorim reuniu-se com o presidente Volodymyr Zelensky, membros do gabinete ucraniano e com o vice-ministro do Exterior, Andriy Melnyk, que também é representante ucraniano para as Américas. Segundo Amorim, "o diálogo foi positivo, de criação de confiança", visando explicar os objetivos de paz do governo brasileiro. Apesar de a reunião ter sido a portas fechadas, Melnyk destacou depois nas redes sociais que "o Brasil pode desempenhar um papel importante para cessar a agressão russa e alcançar uma paz duradoura e justa". 

O jornal Le Monde publica nesta quinta-feira (11) uma extensa reportagem no front de Bakhmut. A Rússia aposta há mais de nove meses todas as suas forças nessa batalha, colhendo resultados duvidosos até agora. Na terça-feira (9), o jornalista da Agence France Presse (AFP) Arman Soldin, de 32 anos, morreu durante a cobertura no front, atingido pela explosão de um míssil russo lançado contra as tropas de Kiev.

De acordo com Le Monde, uma fração da população civil continua sobrevivendo sob os escombros de edifícios bombardeados em Bakhmut, depois de passar meses sem água, gás e eletricidade, e deseja uma vitória russa. Essa realidade torna a situação extremamente complexa para o Exército de Kiev, porque há armas por toda parte. Soldados ucranianos ouvidos na reportagem estimam que esses civis deveriam ser colocados em ônibus e enviados para Belgorod, na Rússia.

Analistas militares defendem a resistência ucraniana em Bakhmut por uma necessidade de fixar um grande número de tropas russas naquela área. Assim, elas não podem ser posicionadas em outro lugar na Ucrânia. Mas o balanço humano é aterrador: cerca de cem soldados mortos por dia, descreve Le Monde

O jornal Libération observa que esse número de homens mortos, russos e ucranianos, por avanços mínimos no terreno demonstra que Bakhmut tornou-se "um campo de batalha simbólico, no qual nenhum dos lados se permite recuar, embora a vitória russa pareça irrefutável".

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