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Alemão neonazista é condenado a três anos de prisão por defender “guerra racial”

Um simpatizante alemão da rede neonazista americana "Atomwaffen Division" foi condenado nesta segunda-feira (8), em Frankfurt, a três anos e dez meses de prisão por planejar ataques destinados a desencadear "uma guerra racial". A condenação é pronunciada no mesmo dia em que a Europa comemora o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrocada do nazismo, em 1945.

Objetos em apologia ao nazismo. Imagem ilustrativa
Objetos em apologia ao nazismo. Imagem ilustrativa (Foto: Reuters)
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Marvin E., 21 anos, foi condenado pelo Tribunal Regional de Frankfurt por "tentativa de criar um grupo terrorista" e "preparar um grave ato de violência que ameaça o Estado".

Em 2021, ele tentou fundar na região de Hesse (centro) uma ramificação do grupo "Atomwaffen Division" (divisão de armas atômicas), conhecido por sua ideologia racista e antissemita. O acusado também planejou realizar ataques com explosivos e armas de fogo contra funcionários do Estado, incluindo políticos, judeus e imigrantes.

De acordo com a Promotoria, o objetivo do réu era provocar uma "guerra civil de raças" nos próximos três anos, visando "preservar a população branca".

Marvin foi preso em setembro de 2021, após tentar obter armas. A polícia encontrou em sua casa componentes necessários para a fabricação de explosivos e bolas de aço, destinados a causar o maior número de vítimas possível. Ele admitiu os fatos durante o julgamento e indicou que não tinha intenção de apelar da condenação.

A rede neonazista "Atomwaffen Division" é formada por jovens. A organização foi criada em 2013, nos Estados Unidos, e ficou conhecida principalmente por meio de campanhas de recrutamento nos campus das universidades. Nos Estados Unidos, vários membros do grupo ultrarradical de direita foram presos por ameaçar jornalistas e ativistas antirracistas e antissemitas.

Ameaça número 1

Grupos suspeitos de preparar ataques xenofóbicos ou antissemitas são frequentemente desmantelados na Alemanha. As autoridades fizeram da violência de extrema direita a ameaça número um à ordem pública no país, à frente do risco jihadista.

Em dezembro, as autoridades anunciaram que haviam desarticulado um grupo conspiracionista pronto para derrubar as instituições e atacar o Bundestag – o Parlamento alemão –, reivindicando a ideologia do "Reichsbürger" ("Cidadãos do Reich") em oposição aos valores democráticos.

O assassinato do político Walter Lübck, em junho de 2019, morto por um militante neonazista, chocou profundamente o país. Lübcke era do mesmo partido conservador (CDU) que defendia a política de acolhimento de migrantes da então chanceler Angela Merkel.

De acordo com a Agência Federal de Inteligência Interna (BfV), a Alemanha tinha cerca de 33.900 apoiadores do extremismo de direita em 2021, em comparação com 33.300 em 2020. Entre eles, as autoridades estimam em 13.500 o número de pessoas consideradas potencialmente violentas.

Com informações da AFP

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