Dinamarca: partido social-democrata chega na frente nas eleições, mas sem maioria
O bloco de esquerda da primeira-ministra dinamarquesa social-democrata Mette Frederiksen chegou na frente nesta terça-feira (1°) nas eleições legislativas, mas sem maioria diante da coalizão que une a direita e a extrema direita, de acordo com pesquisas de boca de urna.
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O centro, com 16 ou 17 cadeiras das 179 do Parlamento da Dinamarca, aparece como provável mediador entre a esquerda (85 ou 86 cadeiras) e a direita e a extrema-direita (73 ou 74 cadeiras), de acordo com pesquisas com eleitores na saída das urnas, em resultados divulgados após o fechamento das seções eleitorais, às 20 horas locais (16 horas em Brasília), pelas tevês públicas DR e TV2.
Este cenário deixa em aberto várias hipóteses, entre elas, a renovação do mandato de Frederiksen e a escolha de um novo primeiro-ministro de centro ou da direita.
Nem o bloco social-democrata ou a coalizão de direita e extrema direita poderiam governar sem os Moderados, partido centrista criado este ano pelo ex-dirigente liberal Lars Lokke Rasmussen, duas vezes primeiro-ministro no passado. Com apenas 2% em pesquisas há dois meses, a sigla assume agora a posição de mediador.
“Esta eleição poderia ser bastante apertada e existe o risco de um governo de direita”, disse, após votar no começo da manhã na periferia de Copenhague, a chefe do governo. Mette Frederiksen afirmou, no entanto, que estava “otimista”.
Clima e inflação
A campanha foi dominada por questões climáticas, sobre o aumento do custo de vida – a inflação atinge o nível mais alto em 40 anos – e sobre o sistema de saúde.
“Para todo o mundo, o clima é importante. Não podemos ignorar. Mas eu acho, também, que depois da Covid-19, as questões de saúde são igualmente importantes”, disse Marie Kruse, eleitora de 47 anos.
Nikolaj Sommer escolheu após analisar os programas econômicos. “Parar de estimular a inflação na Dinamarca, para mim, é muito importante, e também o sistema social dinamarquês e a maneira como vamos administrá-lo a longo prazo”, explica o jornalista de 47 anos.
A eleição foi precipitada pela “crise dos visões”: a decisão de Frederiksen de abater todos os visões do país, cerca de 15 milhões, por causa da Covid-19. Um dos partidos que apoiavam o governo ameaçou derrubá-la caso o pleito não fosse convocado para confirmar o apoio da população, depois da polêmica decisão da primeira-ministra.
Apesar disso, a gestão da pandemia não foi tema da campanha, assim como questões de imigração. A Dinamarca mantém uma política migratória rígida há mais de 20 anos.
Desde o fim dos anos 1990, a extrema direita tem uma influência importante na política dinamarquesa. Para esta votação, três partidos populistas disputam os votos dos eleitores e juntos têm por volta de 15% das intenções de voto.
(Com informações da AFP)
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