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Tráfego é restabelecido na ponte da Crimeia; Putin acusa Ucrânia de 'terrorismo' após explosão

O tráfego foi parcialmente restabelecido na ponte da Crimeia neste domingo (9), um dia depois da explosão que causou importantes danos à infraestrutura, que liga a Rússia à península. Moscou reagiu pela primeira vez após o episódio e o Conselho de Segurança russo foi convocado para uma reunião na segunda-feira (10).

Imagem de satélite fornecida por Maxar Technologies que mostra os danos causados pela explosão na ponte da Crimeia, que liga a península ao território russo, atravessando um canal entre o Mar Negro e o Mar de Azov, no sábado 8 de novembro de 2022.
Imagem de satélite fornecida por Maxar Technologies que mostra os danos causados pela explosão na ponte da Crimeia, que liga a península ao território russo, atravessando um canal entre o Mar Negro e o Mar de Azov, no sábado 8 de novembro de 2022. AP
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O Kremlin informou neste domingo que o presidente russo Vladimir Putin vai reunir na segunda-feira (10) o Conselho de Segurança, instância formada por seus principais ministros, responsáveis políticos e representantes dos serviços de segurança e do Exército.

O líder de Kremlin acusou os serviços secretos ucranianos de terem causado a poderosa deflagração. "Os autores, os executores e os patrocinadores são os serviços secretos ucranianos", disse Putin. "Não há dúvida de que este é um ato terrorista para destruir uma infraestrutura civil russa que é de grande importância", acrescentou o presidente em sua primeira reação após o incidente.

As autoridades russas tentam mostrar que a situação está sob controle, se esforçando para restabelecer o mais rápido possível os tráfegos rodoviário e ferroviário na ponte da Crimeia. Mas o golpe levado pela Rússia não é tanto material ou logístico e sim simbólico e político.

Território inviolável

Moscou culpa a Ucrânia pelo ataque, enquanto Kiev se recusa a reivindicá-lo. Na noite de sábado (8), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se referiu de maneira enigmática “ao verão que se prolonga na Ucrânia” e a “nuvens no céu da Crimeia”, em alusão à destruição da ponte, sem citá-la diretamente.

Através da mensagem, o presidente ucraniano dá indícios de que, a partir de agora, a reconquista da Crimeia passa a ser um objetivo da guerra. “Tudo o que é ilegal deve ser destruído. Tudo o que foi roubado deve ser devolvido para a Ucrânia”, disse Mykhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky.

De maneira geral, os comentadores políticos observam que a Crimeia não é mais um território inviolável e não descartam novos ataques a infraestruturas russas na região. Nos últimos dias, um aeroporto militar foi alvo de bombardeios próximo de Sebastopol, na península.

Apesar do restabelecimento do tráfego na ponte, os ucranianos entenderam que podiam cortar a principal via de abastecimento russa em material e combustível para a região de Kherson.

Mistério

Um dia após a explosão que deixou três mortos, o mistério continua sobre o método utilizado no ataque.

As autoridades russas anunciaram ter identificado o proprietário do caminhão como sendo um homem que mora na região de Krasnodar, na Rússia.

Ainda que a Ucrânia seja a principal suspeita da explosão, rumores em redes sociais, sobretudo pró-russas, semeiam dúvidas, indicando que russos, insatisfeitos com a situação atual no país, poderiam estar na origem do ato.

Enquanto a Rússia não se pronuncia sobre a resposta que deve dar à explosão da ponte, seu exército voltou a atacar Zaporíjia. Ao menos 17 pessoas morreram no domingo na cidade, no sul da Ucrânia, de acordo com representantes locais.

As bombas atingiram casas e imóveis residenciais. Na quinta-feira (6), a cidade foi alvo de outro ataque que deixou também 17 mortos.

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