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Novos bombardeios perto de central nuclear ucraniana aumentam preocupação com acidente

A Ucrânia informou, nesta sexta-feira (2), ter atingido uma base russa em Energodar, cidade onde está localizada a usina nuclear de Zaporíjia, ao sul do país, ocupada por tropas russas. O ataque acontece um dia após a chegada de uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) à central.

Um soldado russo patrulha a Usina Nuclear de Zaporijia, na Ucrânia. Uma série de ataques nas últimas semanas tornou as condições na usina mais perigosas.
Um soldado russo patrulha a Usina Nuclear de Zaporijia, na Ucrânia. Uma série de ataques nas últimas semanas tornou as condições na usina mais perigosas. AFP via Getty Images - ANDREY BORODULIN
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"Nas localidades de Kherson e Energodar, ataques precisos de nossas tropas destruíram três sistemas de artilharia inimigos e um depósito de munição", matando muitos soldados russos, informou o Exército ucraniano, em um comunicado.

O prefeito pró-Kiev de Energodar, Dmytro Orlov, que está atualmente no exílio, disse não ter informações sobre o fato, citando problemas com a rede de telefonia celular desta cidade.

Russos se retiram de central nuclear antes de chegada da AIEA

O Exército ucraniano ainda relatou que as forças russas haviam retirado "todos os seus equipamentos militares da usina" antes da chegada da missão da AIEA. Alguns integrantes da agência permaneceram no local.

Zaporíjia é a maior central nuclear da Europa e caiu nas mãos das tropas russas em março, logo após Moscou ter lançado a invasão da Ucrânia. A usina já foi alvo de vários bombardeios, levantando temores de um desastre nuclear.

Após o início da primeira inspeção na unidade, Grossi afirmou que "a integridade física" da usina nuclear "foi violada". Kiev e Moscou se acusam mutuamente por bombardeios na região e negam responsabilidade por esses ataques.

Na manhã de quinta-feira (1°), antes da chegada da missão da AIEA, as autoridades ucranianas acusaram os russos de terem bombardeado Energodar com a intenção de jogar a responsabilidade sobre Kiev. O Exército russo, por sua vez, acusa os ucranianos de enviarem uma equipe de "sabotadores" para tomar a usina nuclear.

A Ucrânia confirma ter dado início a uma contraofensiva para retomar os territórios do sul ocupados pela Rússia, mas pouco fala sobre essas operações.

Após visitar a central nuclear, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, afirmou: "Que o mundo saiba que a AIEA permanece em Zaporíjia", insistiu, uma medida "essencial para estabilizar a situação e ter atualizações regulares, confiáveis, imparciais e neutras".

Diplomatas ocidentais saudaram em peso. “Ele está explorando todos os caminhos, é muito corajoso e não estou certo de que outro diretor-geral da AIEA teria feito a mesma coisa”, comentou uma fonte europeia.

A visita de Grossi ao local durou apenas algumas horas, o que provocou críticas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que disse que a agência não tratava da questão da "desmilitarização" do local.

O Kremlin, por sua vez, julgou a missão da AIEA "muito positiva", mesmo que seja "muito cedo" para avaliar suas conclusões.

(Com informações da AFP)

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