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Mais da metade das crianças ucranianas deixaram suas casas após o início da guerra, diz Unicef

O fundo da ONU pela infância alertou nesta quinta-feira (24) que mais da metade das crianças da Ucrânia tiveram que fugir de suas casas devido aos combates iniciados em 24 de fevereiro. O Unicef estima que 4,3 milhões de crianças ucranianas estão nessa situação, de uma população infantil total de 7,5 milhões.

Crianças esperam por um transporte em uma estação ferroviária em Przemysl, Polônia, na quinta-feira, 24 de março de 2022.
Crianças esperam por um transporte em uma estação ferroviária em Przemysl, Polônia, na quinta-feira, 24 de março de 2022. AP - Sergei Grits
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Em um comunicado, a entidade informou que, entre as crianças deslocadas, 1,8 milhão atravessaram a fronteira para buscar refúgio nos países vizinhos e 2,5 milhões permanecem dentro da Ucrânia. "A guerra provocou um dos maiores e mais rápidos deslocamentos de crianças desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou a diretora-geral do Unicef, Catherine Russell.

"É uma triste realidade que corre o risco de ter consequências duradouras para as próximas gerações. A segurança das crianças, seu bem-estar e o acesso aos serviços essenciais estão ameaçados por uma violência horrível e ininterrupta", acrescentou.

Ao menos 81 crianças morreram na guerra e 108 ficaram feridas, de acordo com os dados publicados na quarta-feira (23) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que admite que os números provavelmente são inferiores à realidade.

Destruição de infraestruturas civis

O conflito também teve consequências devastadoras nas infraestruturas civis e no acesso a serviços básicos: 1,4 milhão de pessoas não têm mais água potável no país. Neste contexto, mais de 450 mil bebês com entre 6 e 23 meses de vida precisam de uma ajuda alimentar complementar, indicou o Unicef.

Adultos e crianças esperam perto das barracas depois de atravessar a fronteira da Ucrânia com a Polônia, depois de fugir da invasão russa da Ucrânia, no posto de controle de fronteira em Medyka, Polônia, 10 de março de 2022.
Adultos e crianças esperam perto das barracas depois de atravessar a fronteira da Ucrânia com a Polônia, depois de fugir da invasão russa da Ucrânia, no posto de controle de fronteira em Medyka, Polônia, 10 de março de 2022. REUTERS - FABRIZIO BENSCH

Além disso, a agência das Nações Unidas já observou um atraso na cobertura vacinal infantil de rotina, como rubéola e poliomielite, e teme que essa situação leve ao surgimento de epidemias, particularmente nos locais onde a população está se refugiando, às centenas, para escapar dos bombardeios.

“Em apenas algumas semanas, a guerra provocou uma devastação para as crianças da Ucrânia”, observou Russell. “As crianças têm uma necessidade urgente de paz e proteção. Elas precisam ter seus direitos garantidos. O Unicef continua a pedir um cessar-fogo imediato e a proteção das crianças, inclusive nos hospitais, nas escolas e prédios abrigando civis, que não devem jamais ser atacados”, ressaltou.  

Ajuda humanitária

A entidade tem levado ajuda humanitária aos menores na Ucrânia e países vizinhos. Na Ucrânia, foram entregues materiais médicos a 49 hospitais em nove regiões, incluindo Kiev, Kharkiv, Dnipro e Lviv, além de água e artigos de higiene em refúgios de civis.

Nas próximas semanas, a organização planeja começar a realizar transferências de dinheiro vivo para as famílias mais vulneráveis e criar espaços adaptados às crianças em diversos lugares do país. O acesso “seguro, rápido e sem entraves” aos locais mais atingidos, entretanto, continua “muito difícil”, disse a diretora-geral do Unicef.

Com informações da AFP

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