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Escolas francesas ajudam crianças ucranianas refugiadas a enfrentar traumas e barreira linguística

Crianças ucranianas fugindo dos horrores da guerra estão sendo matriculadas apressadamente em escolas francesas sob um plano nacional de recepção que prioriza aulas de idiomas e aconselhamento de trauma para refugiados com idades entre 3 e 11 anos. O plano segue algumas diretivas que já foram previamente aplicadas a crianças afegãs num passado recente.

A esposa do presidente francês Brigitte Macron (C) e o ministro francês da Educação, Juventude e Esportes, Jean-Michel Blanquer (C,E), chegam para encontrar crianças refugiadas ucranianas que fugiram da guerra em seu país, em uma escola em Epinay-sur-Seine, ao norte de Paris. Em 15 de março de 2022.
A esposa do presidente francês Brigitte Macron (C) e o ministro francês da Educação, Juventude e Esportes, Jean-Michel Blanquer (C,E), chegam para encontrar crianças refugiadas ucranianas que fugiram da guerra em seu país, em uma escola em Epinay-sur-Seine, ao norte de Paris. Em 15 de março de 2022. AFP - THOMAS SAMSON
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Até agora, quase 800 crianças ucranianas foram acolhidas em creches, jardins de infância, escolas primárias e secundárias - muitas dos quais já possuem programas existentes para o ensino do francês a crianças estrangeiras.

A conjugação de verbos e o aprendizado de matemática está fora do currículo para os ucranianos. Ao invés disso, os professores recebem recursos educacionais instruindo-os sobre como melhor falar com as crianças sobre a Ucrânia e seu súbito deslocamento.

"Tentamos fazê-los falar, aprender palavras para que possam se apresentar", disse Anne-Laure, uma mãe voluntária em uma escola primária em Senlis, no norte da França, à rádio Europe 1. "Fazemos isto usando frases simples mas úteis para estabelecer um primeiro contato... Isto também nos permitirá entender como eles se sentem".

O Ministro da Educação da França, Jean-Michel Blanquer, disse esta semana que células de crise haviam sido criadas em todas as autoridades educacionais locais como parte do plano de recepção de refugiados. Na terça-feira, ele conversou com crianças ucranianas durante uma visita a uma escola primária fora de Paris, ao lado da esposa do presidente francês, Brigitte Macron.

Para ajudar a integrar as crianças ucranianas, o governo francês disse que envolveria os pais, abrindo cursos municipais gratuitos para ensinar o francês e os "valores da República".  

Obstáculos

Apesar dos rápidos esforços para levar os ucranianos para o sistema escolar francês, muitos obstáculos permanecem. E com o número de refugiados previsto para triplicar nos próximos dias, o trabalho está longe de ter terminado. 

O plano de Blanquer ainda não foi finalizado e algumas escolas - incluindo a École Polyvalente Eva Kotchever, em Paris - só podem atuar como centros de recepção de emergência, com interação zero entre os próprios professores e alunos da escola.

É um sistema que está evoluindo dia-a-dia, disse Hélène Soupios-David, da ONG France Terre d'Asile, que tem administrado centros de recepção que encontram alojamento de emergência para refugiados ucranianos. "A escolaridade é um direito de todas essas pessoas, mas é difícil fornecer escolaridade para as pessoas que estão em alojamentos de emergência e que terão que se mudar", disse ela ao diário francês Libération.

Paris cria creches dedicadas às crianças ucranianas

Enquanto isso, a cidade de Paris vem implementando seu próprio esquema para integrar as crianças ucranianas, que envolve creches e maternais dedicados a crianças pequenas, bem como o acesso gratuito às cantinas escolares.  

Centros de proteção infantil administrados publicamente, conhecidos como PMIs, também oferecerão consultas gratuitas e apoio psicológico a crianças e famílias.

Das cerca de 2,8 milhões de pessoas que fugiram da Ucrânia desde a invasão russa, cerca de 13.900 chegaram à França até agora.

O governo francês diz ter agora os meios para acomodar até 100.000 refugiados em solo francês, já que as autoridades continuam a "trabalhar em cenários" que permitiriam ao país acolher mais.

(RFI e AFP)

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