Covid-19: Noruega endurece medidas para conter epidemia e avanço da ômicron
De acordo com projeções do Instituto norueguês de saúde pública, sem adotar restrições, o país poderia registrar dentro de três semanas entre 90 mil e 300 mil novos casos diários de Covid e entre 50 e 200 hospitalizações cotidianas.
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"Agora é sério", declarou o primeiro-ministro Jonas Gahr Støre durante uma coletiva de imprensa convocada de última hora nesta segunda-feira (13). A onda epidêmica provocada pela variante Delta e o aparecimento da ômicron, que é provavelmente mais contagiosa, pode conduzir a uma "saturação total do sistema de saúde", declarou o premiê norueguês. Por isso, menos de uma semana depois de ter reforçado as medidas sanitárias, o governo decidiu endurecer ainda mais as restrições.
O álcool, por exemplo, era permitido nos bares e restaurantes até meia noite, mas agora seu consumo está totalmente proibido. Um dos objetivos é limitar as festas de fim de ano organizadas pelas empresas, conhecidas como "julebord", e propícias à propagação do vírus. No fim de novembro, em Oslo, uma dessas celebrações gerou a disseminação de casos da variante ômicron.
Essas e outras medidas devem entrar em vigor na noite de terça para quarta-feira e durar cerca de quatro semanas. O trabalho remoto será obrigatório quando for possível, o uso da máscara generalizado e o acesso às piscinas públicas e academias restrito. O intervalo entre a segunda e a terceira dose também será de 4,5 meses para as pessoas com mais de 45 anos e os profissionais da saúde.
A Noruega registra atualmente uma explosão do número de contágios e hospitalizações. Nesta segunda-feira (13), 958 casos da variante ômicron foram detectados no país, sendo 472 deles em Oslo, de acordo com as autoridades sanitárias.
Dinamarca antecipa reforço
A Dinamarca anunciou que vai antecipar a dose de reforço das vacinas anticovid para pessoas com mais de 40 anos de idade, com o objetivo de frear o surgimento de novas infecções e a propagação da variante ômicron - anunciaram autoridades sanitárias locais nesta segunda-feira (13).
Nas últimas 24 horas, o país registrou um número recorde de novos casos diários de covid-19, com 7.799 infecções notificadas. Em sete dias, o número de novos casos chegou a 46.189. O número representa um aumento de mais de 50% em relação à semana anterior.
China registra primeiro caso
A China também confirmou seu primeiro caso da ômicron, de acordo com um anúncio feito pela imprensa oficial do país nesta segunda-feira (13). As autoridades da cidade de Tianjin, nordeste, confirmaram o caso em uma pessoa que chegou de um país não divulgado, segundo o jornal Tianjin Daily.
Em isolamento em um hospital, o paciente assintomático testou positivo para Covid-19 na quinta-feira, e outros testes detectaram "a variante ômicron", de acordo com a mesma fonte. O país mais populoso do mundo está em alerta máximo para possíveis surtos da doença, enquanto se prepara para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em fevereiro.
A ômicron parece se espalhar mais rápido do que a variante delta. Isso reduziria a eficácia das vacinas, mas poderia favorecer os sintomas menos graves, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Primeiro país a registrar a covid-19, em dezembro de 2019, a China reduziu o número de novos casos do vírus, adotando rígidas restrições de fronteira, testes em massa e lockdowns seletivos.
Nas últimas 24 horas, o país registrou 101 casos de coronavírus, 21 deles importados, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde.
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