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Cúpula do G20: Draghi evita apertar a mão de Bolsonaro e intriga imprensa italiana

Na cerimônia de abertura do G20 neste sábado (30), em Roma, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, cumprimentou muitos chefes de Estado e de governo com um aperto de mão. Porém o anfitrião evitou o presidente Jair Bolsonaro. O distanciamento entre os dois líderes chamou a atenção da imprensa italiana, que destacou que o dirigente brasileiro afirmou categoricamente que “não vai se vacinar contra a Covid-19”.

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, evitou se aproximar do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na abertura da cúpula do G20 em Roma neste sábado (30).
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, evitou se aproximar do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na abertura da cúpula do G20 em Roma neste sábado (30). AP - Domenico Stinellis
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Gina Marques, correspondente da RFI em Roma

Os jornais italianos também se surpreenderam com o aperto de mão nada óbvio entre o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan e Draghi. Em abril, o premiê definiu o líder turco como "um ditador".

Nas conversas informais da cúpula, Bolsonaro preferiu conversar com Erdogan do que com o Olaf Scholz, vitorioso nas últimas eleições legislativas da Alemanha e sucessor de Angela Merkel. Ao perceber que havia sido ignorado pelo brasileiro, o alemão foi falar com os primeiros-ministros Boris Johnson, do Reino Unido, Justin Trudeau, do Canadá, e Narendra Modi, da Índia.

Na tarde de sábado, Bolsonaro teve um encontro bilateral com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann, no Palácio Pamphilj, sede da embaixada do Brasil em Roma. Depois, o presidente brasileiro foi passear nos arredores do Vaticano e do Castel Sant'Angelo. Ele também compareceu nesta noite no jantar oficial oferecido pelo presidente italiano, Sergio Mattarella, aos líderes do G20. 

Manifestações em Roma

Enquanto os líderes mundiais debatiam sobre as mudanças climáticas, dois protestos eram organizados no centro de Roma. Cerca de 5.000 pessoas marcharam da Pirâmide de Caio Cestio até a Boca da Verdade atrás de uma grande faixa com as palavras "Vocês G20, nós somos o futuro".

A questão do clima foi um dos pontos centrais das contestações. No início da marcha, um grupo de jovens, cada um vestido com uma camiseta com a bandeira de um país do G20 e a máscara do seu respectivo líder, improvisou um jogo de futebol com uma enorme bola representando o planeta. A mensagem foi clara: os líderes dos grandes países brincam com a Terra e maltratam o meio ambiente.

O ato contou com a presença de brasileiros residentes na Itália do “Comitê Lula Livre". Uma manifestante brasileira que vive em Roma, mas preferiu não se identicar, conversou com a RFI. “O que eu acho das ações de Jair Bolsonaro? São mais de 600 mil mortos. Basta ver cada cemitério, cada família que perdeu um ente querido, os sonhos perdidos. Esse senhor, se é que pode ser chamado de senhor, deve pagar aqui, assim como toda corja que segue ele”, declarou. 

Muitos representantes de sindicatos também marcaram presença para contestar as recentes crises econômicas na Itália, como o fechamento no último 15 de outubro da companhia aérea nacional Alitalia. A passeata, acompanhada por um imenso dispositivo policial, ocorreu pacificamente.

Ao mesmo tempo, na praça de São João de Latrão, o Partido Comunista Italiano organizou uma manifestação contra o G20 e a política econômica do governo italiano de Mario Draghi. Cerca de 300 pessoas participaram do ato. 

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