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Espanha/Catalunha

Manifestação pelo dia da Catalunha testa união de separatistas

Cada vez mais divididos após a tentativa de secessão de 2017, os separatistas da Catalunha querem mostrar força e união nesta quarta-feira (11), algumas semanas depois do julgamento de seus líderes pela Suprema Corte espanhola. Mas a grande manifestação anual para comemorar o dia da Catalunha, no final desta tarde em Barcelona, reunia um número muito menor de participantes do que em 2018.

Manifestantes carregam uma bandeira gigante da Catalunha independente nesta quarta-feira, 11 de setembro de 2019, em Barcelona.
Manifestantes carregam uma bandeira gigante da Catalunha independente nesta quarta-feira, 11 de setembro de 2019, em Barcelona. REUTERS/Albert Gea
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A marcha foi a oitava organizada consecutivamente desde 2012. Ela celebra a “Diada”, feriado regional da Catalunha que lembra a queda de Barcelona em 1714 diante das tropas do rei Felipe V durante a guerra da sucessão espanhola. Nos anos anteriores, a passeata reuniu mais de um milhão de participantes. Com o slogan "Independência objetiva", a manifestação desta quarta-feira acontece na Plaza España, em Barcelona, mas reunia no início da mobilização 600 mil pessoas.

A comemoração é realizada em um clima de expectativa com o anúncio da sentença contra os 12 líderes separatistas. Eles foram julgados pela Corte Suprema espanhola e a pena contra eles deve ser pronunciada em outubro. Alguns estão há quase dois anos em prisão preventiva. Nove são processados por rebelião e correm o risco de serem condenados a penas pesadas, de até 25 anos, como é o caso do ex-vice-presidente regional Oriol Junqueras.

Superar as divisões

Dois anos depois de organizar um referendo de autodeterminação, considerado ilegal por Madri, e proclamar uma efêmera república catalã, o separatismo mantém o poder regional, mas está dividido.

Em 2017, todos os partidos separatistas abraçaram a mesma causa. Mas atualmente, com seus principais líderes presos ou no exterior, as discrepâncias se multiplicam internamente sobre que estratégia seguir.

Nas últimas semanas, os receios de uma diminuição da participação neste protesto aumentaram. Muitos moradores da rica região espanhola se dizem decepcionados com os dirigentes do movimento e resolveram se ausentar das manifestações. Segundo a última pesquisa de opinião realizada pelo governo catalão, a questão da independência ainda divide muito a sociedade da região: 48% dos entrevistados se opõem e 44% são favoráveis.

O ex-presidente da Catalunha Carles Puigdemont, que se encontra refugiado na Bélgica, tuitou: "Hoje ensinaremos ao mundo que persistimos, apesar da repressão". A presidência da região é agora ocupada por um fiel aliado de Puigdemont, Quim Torra. Ele alertou na semana passada que uma condenação dos líderes separatistas pela Justiça levaria a "uma nova etapa até culminar com a independência". Os dois, integrantes da formação Juntos pela Catalunha, defendem o reinício do "confronto" com o Estado.

Por outro lado, seus aliados da Esquerda Republicana (ERC), liderados da prisão por Junqueras, promovem o diálogo com o governo espanhol e uma estratégia de moderação desde que não consigam obter uma maioria sólida para a secessão (nas últimas eleições regionais obtiveram 47% do total dos votos).

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