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Suécia/Assange

Justiça sueca vai reabrir inquérito sobre acusação de estupro contra Assange

A justiça da Suécia anunciou nesta segunda-feira (13) a reabertura do caso de 2010  contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, acusado de estupro. Ele está detido no Reino Unido depois de passar sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres. 

Simpatizantes de Assange carregam cartaz pedindo sua libertação
Simpatizantes de Assange carregam cartaz pedindo sua libertação REUTERS/Henry Nicholls
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A expectativa da justiça sueca é que Assange compareça diante de um tribunal antes da prescrição do crime, em 2020, se não for extraditado para os Estados Unidos neste período. "Hoje decidi reabrir a investigação", anunciou Eva-Marie Persson, procuradora-adjunta, antes de afirmar que solicitará que Assange "seja entregue à Suécia mediante uma ordem de detenção europeia".

Assange foi detido em 11 de abril pela polícia britânica na embaixada equatoriana. O anúncio de Estocolmo é um novo capítulo da novela judicial que dura quase uma década. Julian Assange e seus apoiadores denunciaram uma manobra para provocar a extradição do australiano aos Estados Unidos. No país, ele poderia ser julgado pela divulgação de documentos secretos americanos pelo WikiLeaks.

Para evitar esta extradição, Assange buscou refúgio em 2012 na embaixada do Equador em Londres. Na ausência do australiano e sem capacidade para avançar com a investigação, a justiça sueca arquivou o caso em maio de 2017.Agora, a Procuradoria vai emitir, no menor prazo possível, um mandato de prisão europeu contra Assange.

Após o anúncio da justiça sueca, o WikiLeaks afirmou que a reabertura do caso permitirá a Julian Assange "limpar seu nome". O jornalista islandês Kristinn Hrafnsson, chefe de redação da plataforma que divulgou milhares de documentos confidenciais, afirmou em um comunicado que houve "pressão política" na Suécia para a reabertura do caso.

Com cerca de 30 anos no momento dos fatos, a suposta vítima conheceu Assange durante uma conferência do WikiLeaks em Estocolmo. Ela o acusa de fazer sexo na madrugada de 16 a 17 de agosto, enquanto dormia, e sem preservativo. Ela teria dito várias vezes que não faria sexo sem proteção. Julian Assange sempre afirmou que a relação sexual foi consentida e que ela havia concordado em não usar preservativo.

Assange se diz inocente

O australiano foi interrogado em 31 de agosto de 2010 pela polícia sueca em Estocolmo sobre uma primeira denúncia apresentada por uma jovem mulher. Os fatos teriam supostamente ocorrido em 13 de agosto. Este caso foi encerrado por prescrição em 2015.

Ele, porém, jamais tinha sido ouvido a respeito do abuso cometido contra a segunda jovem até uma audiência na embaixada equatoriana, em novembro de 2016, na presença de uma juíza sueca. "Eu sou totalmente inocente", escreveu em uma mensagem publicada com a transcrição de sua declaração ao procurador equatoriano.

Julian Assange, 47 anos, é acusado nos Estados Unidos de ter ajudado a ex-analista da inteligência americana Chelsea Manning a obter uma senha e acesso a milhares de documentos diplomáticos e da Defesa. Ele se recusa a ser extraditado para os Estados Unidos, onde, de acordo com o representante da justiça americana, enfrenta uma sentença máxima de cinco anos de prisão. O processo de pedido de extradição para os Estados Unidos está em andamento.

No entanto, de acordo com o Ministério Público da Suécia, em "casos de concorrência entre um mandado de detenção europeu e um pedido de extradição americano, são as autoridades britânicas que estabelecem a ordem de prioridade". Enquanto isso, Assange foi condenado a 50 semanas de prisão por violar suas condições de liberdade provisória por um tribunal britânico.

(Com informações da AFP)

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