Papa Francisco pede solidariedade da UE com migrantes bloqueados perto de Malta
O Papa Francisco pediu neste domingo (6) aos dirigentes europeus que ajudassem os 49 imigrantes que continuam bloqueados a bordo de dois navios de ONGs alemãs, sem autorização para desembarque em portos europeus. Alguns deles estão nas embarcações há mais de duas semanas.
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Diante de milhares de fieis na praça São Pedro, reunidos para participar da tradicional oração de domingo, o papa fez um apelo às autoridades europeias. “Há vários dias 49 pessoas salvas no Mediterrâneo estão a bordo de dois navios das ONGs alemãs à espera de um porto para poderem desembarcar. Faço um apelo aos dirigentes europeus, para que que façam prova de uma solidariedade concreta em relação a essas pessoas”, declarou.
Os imigrantes, entre eles três crianças e dois adolescentes, estão bloqueados nos navios das ONGs alemãs Sea-Watch e Sea-Eye há cerca de duas semanas, perto da costa de Malta. Alguns já estão no barco há três semanas, e por enquanto não há perspectiva de que a situação seja solucionada. As condições sanitárias estão cada vez mais precárias e a meteorologia pouco favorável também dificulta as condições de vida no barco.
A Itália e Malta confirmaram neste domingo (5) que não têm a intenção de autorizar o desembarque dos imigrantes, que são originários, na maior parte da Líbia, Costa do Marfim e Nigéria, e foram socorridos no Mediterrâneo dia 22 de dezembro, perto da costa Líbia.
Portos italianos continuarão fechados
“Na Itália, ninguém mais entra. Esta é nossa linha e ela não mudará”, disse o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, e chefe do partido Liga, de extrema-direita, em uma entrevista ao jornal italiano Il Messaggero. “Os portos italianos estão e continuarão fechados”, reiterou o ministro italiano em uma mensagem publicada no Twitter.
Em uma entrevista à rádio One, de Malta, o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, explicou que não queria criar nenhum “precedente” autorizando o desembarque. As autoridades da Holanda e da Alemanha se ofereceram para receber os imigrantes, desde que a operação tenha o respaldo da União Europeia e o apoio dos outros parceiros do bloco.
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