Salvini acusa França de desestabilizar governo italiano ao devolver migrantes à Itália
O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, declarou nesta quarta-feira (24) que a França quer desestabilizar o governo italiano ao devolver migrantes detidos na fronteira entre os dois países. Salvini afirma ter provas que as autoridades francesas estão forçando os migrantes a voltarem à Itália. O governo francês nega a acusação.
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Em entrevista à rádio italiana RTL, ao comentar diversos assuntos da atualidade e ser questionado sobre a questão migratória na Europa, Salvini declarou que o reenvio de migrantes da França à Itália vem se repetindo. Com a declaração, o ministro italiano do Interior reacende a polêmica entre Roma e Paris.
A gestão dos migrantes presos na região da fronteira franco-italiana é fonte de desentendimentos frequentes entre a França e a Itália. Mas o assunto voltou à tona após Salvini divulgar nas redes sociais um vídeo em que mostra a polícia francesa levando três migrantes menores de volta ao lado italiano.
Autoridades francesas negam a acusação
Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, a prefeitura do departamento francês dos Altos Alpes, na fronteira com a Itália, negou as acusações feitas por Salvini. No documento, as autoridades afirmam que esses jovens são enviados às estruturas de acolhimento de menores dentro do território francês.
"Foi o caso de dois menores em 18 de outubro", explica o comunicado que precisa que, ao contrário do que afirmou Salvini, eles não foram devolvidos à Itália, mas foram encaminhados "às estruturas do conselho do departamento dos Altos Alpes para que fossem acolhidos" na França.
A polêmica teve início há cerca de dez dias, quando o ministro italiano denunciou vários casos de devolvimento de migrantes. Salvini chegou a enviar agentes de segurança à fronteira entre os dois países para provar a acusação.
No último domingo (21), Salvini convidou o ministro francês do Interior, Christophe Castaner, para uma visita à Roma com o objetivo de discutir a cooperação entre os dois países sobre questões migratórias. Segundo Castaner, o encontro deve acontecer "muito em breve".
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