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Envenenamento/Reino Unido

Britânico envenenado com Novichok contaminou namorada com vidro de perfume achado na rua

O britânico Charlie Rowley, hospitalizado durante três semanas após ter sido envenenado com a substância Novichok, explicou nesta terça-feira (24) à imprensa britânica que achou ter encontrado um vidro de perfume na rua e que o presenteou a sua companheira, morta pela intoxicação com a substância.

Investigadores forenses, usando roupas de proteção, saem de John Baker House, depois que foi confirmado que duas pessoas haviam sido envenenadas com o agente nervoso Novichok, em Amesbury, Inglaterra, em 6 de julho de 2018.
Investigadores forenses, usando roupas de proteção, saem de John Baker House, depois que foi confirmado que duas pessoas haviam sido envenenadas com o agente nervoso Novichok, em Amesbury, Inglaterra, em 6 de julho de 2018. REUTERS/Henry Nicholls/File Photo
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"Lembro de ter encontrado um vidro de perfume. Eu o peguei e dei para Dawn", contou o britânico em uma entrevista publicada nesta terça-feira (24)  no jornal "The Sun". Dawn Sturgess, de 44 anos e mãe de três filhos, morreu em 8 de julho em consequência do envenenamento com o agente neurotóxico.

"Estou muito triste com o que aconteceu. É horrível e traumatizante. Ainda estava em tratamento quando me contaram que ela morreu. Não sei se consigo superar isso", acrescentou Rowley, de 45 anos. Ele criticou ainda a negligência de quem deixou o frasco de veneno abandonado.

Segundo a imprensa britânica, Charlie Rowley encontrou o vidro no parque Elizabeth, em Salisbury, sudoeste da Inglaterra. Em seguida, deu-o a Dawn Sturgess, que usou o líquido e começou a passar mal quando estava na casa do namorado, na cidade vizinha de Amesbury. Horas mais tarde, Rowley também teve de ser levado para o hospital em estado crítico. Mas acabou tendo alta em 20 de junho. "Tive a sorte de sobreviver, mas também perdi muito", declarou ao "Sun".

Crise diplomática

No início de março, o ex-agente duplo russo Serguei Skripal e sua filha Yulia também foram envenenados com Novichok em Salisbury, um ato atribuído por Londres a Moscou, que nega qualquer envolvimento. O caso provocou uma grave crise diplomática entre o Kremlin e o Ocidente e uma onda de expulsões de diplomatas.

Hospitalizados em estado grave, Yulia e Serguei Skripal deixaram o hospital depois de várias semanas. O mesmo aconteceu com o policial Nick Bailey, também contaminado.

Skripal, antigo responsável dos serviços de espionagem do Exército russo, foi condenado por alta traição em 2006, acusado de vender informação para os serviços britânicos. Depois de se beneficiar em 2010 de uma troca de espiões entre Moscou, Londres e Washington, decidiu se instalar na Inglaterra.

O caso Skripal voltou à tona três meses depois com o envenenamento de Rowley e sua namorada em Amesbury, não muito longe de Salisbury, intoxicados pelo Novichok contido em uma pequena garrafa. Os investigadores tentam agora determinar se o veneno veio do mesmo lote que o que contaminou os Skripal.

Segundo a agência britânica Press Association, a polícia britânica identificou os suspeitos do envenenamento dos Skripal, e eles são russos. A polícia não confirmou tal informação.

A pedido de Londres, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) enviou esta semana uma equipe para "determinar de forma independente a natureza da substância” que contaminou Charlie Rowley e Dawn Sturgess.

(Com informações da AFP)

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