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Rússia/Eleição

Vladimir Putin é reeleito para quarto mandato como presidente da Rússia

Sem surpresa, Vladimir Putin foi reeleito neste domingo (18) para mais um mandato de seis anos à frente da Rússia, já no primeiro turno da eleição. O índice de participação, principal preocupação do chefe de Estado, ainda deve ser confirmado, mas os primeiros dados indicam que o número de eleitores teria registrado uma alta este ano. Como nas eleições anteriores, várias denúncias de fraudes já foram registradas.

Vladimir Putin foi reeleito para um quarto mandato
Vladimir Putin foi reeleito para um quarto mandato Yuri Kadobnov/POOL via Reuters
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Enviado especial a Moscou

Segundo os primeiros números divulgados pela televisão russa e confirmados pela Comissão eleitoral, Putin teria conquistado mais de 72% dos votos. O candidato do Partido Comunista, Pavel Groudinine, reuniu cerca de 15% dos votos, o dobro do que vinha sendo anunciado pelos institutos de sondagem. Já o ultranacionalista Vladimir Jirinovski reuniu mais de 6% do eleitorado.

Esses números são fruto da apuração de cerca de 25% das urnas, divulgados às 21h em Moscou (15h em Brasília). Mas os dados já são considerados como suficientemente representativos para afirmar a reeleição de Putin no primeiro turno do pleito.

Logo após a divulgação dos resultados, teve início na entrada da Praça Vermelha um show com várias atrações musicais. O evento, que oficialmente foi organizado para celebrar os quatro anos da anexação da Crimeia, está sendo vivido pelos eleitores do partido do governo, Rússia Unida, como uma comemoração da vitória de Putin. O presidente reeleito é esperado no local para um discurso, como em 2012, quando conquistou seu terceiro mandato.

Divisão entre opositores

A ex-apresentadora de televisão e filha do ex-prefeito de São Petersburgo, Ksenia Sobtchak, aparece com 2,5% dos votos. Logo após a divulgação dos números, a mediática candidata fez um discurso, no qual contestou abertamente a estratégia do opositor Alexeï Navalny, que incitou os eleitores ao boicote. Para ela, a medida teve um impacto negativo no resultado do pleito.

Desde que foi excluído da corrida presidencial, acusado de lavagem de dinheiro, o opositor, que era visto como o único capaz de derrotar Putin, tentou ser discreto e falou pouco durante a campanha. Para ele, o boicote do pleito era a melhor maneira de mostrar a falta de legitimidade de pleito. Navalny também enviou 33 mil observadores às zonas eleitorais para vigiar as possíveis fraudes.

Fraudes registradas durante o voto

O opositor postou durante todo o dia nas redes sociais imagens revelando fraudes em diferentes zonas eleitorais. As denúncias foram confirmadas pela ONG Golos, especializada em monitoramento de eleições e que elabora um mapa das fraudes em seu site. No meio do dia, a entidade já havia constatado mais de 2 mil irregularidades, como casos de votos múltiplos ou obstáculos à ação dos observadores. Mesas dignas de banquetes teriam sido montadas ao lado de urnas para atrair os eleitores em algumas cidades e muitos deles teriam sido obrigados a votar em seus locais de trabalho ou escolas, para que pudessem ter sua participação controlada.

Desde o início da campanha, o principal rival de Putin não era nenhum dos sete concorrentes, e sim o risco de abstenção, que pode arranhar a imagem do presidente e levantar questões sobre a legitimidade do pleito. Durante todo o dia, a televisão russa - que pertence ao governo - mostrou imagens de longas filas de espera nas zonas eleitorais.

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