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Alemanha

Partido social-democrata alemão aprova coalizão com Merkel

O Partido Social-Democrata (SPD) da Alemanha aprovou o acordo de coalizão com a chanceler Angela Merkel. O anúncio, feito neste domingo (4), colocou fim a um impasse que durava mais de cinco meses para a formação de um governo, depois das eleições de setembro do ano passado. 

Olaf Scholz, um dos líderes do Partido Social Democrata (SPD) da Alemanha, durante a coletiva de imprensa em Berlim, neste domingo, 4 de março de 2018.
Olaf Scholz, um dos líderes do Partido Social Democrata (SPD) da Alemanha, durante a coletiva de imprensa em Berlim, neste domingo, 4 de março de 2018. Kay NIETFELD / DPA / AFP
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O acordo era negociado há semanas entre o SPD e a aliança conservadora liderada por Merkel, a CDU/CSU. 66,02% dos sociais-democratas decidiram pela continuação da grande coalizão - chamada de GroKo pelos alemães - através de um referendo interno do qual 78,4% dos 463 mil afiliados participaram.

Com a decisão, a chanceler de 63 anos deverá receber formalmente o aval dos deputados nos próximos dias para começar seu quarto mandato. No entanto, analistas apostam que deve esse ser o último governo de Merkel, extremamente fragilizada depois do impasse desses últimos meses.

"Felicito o SPD pelo resultado claro e estou feliz por podermos continuar trabalhando juntos pelo futuro do país", escreveu a chanceler alemã no Twitter, depois da coletiva de imprensa dos sociais-democratas nesta manhã.

"Ato de razão"

O chefe interino do SPD, Olaf Scholz, que anunciou a decisão do partido neste domingo, classificou a coalizão com Merkel como um "ato de razão". Caso os sociais-democratas se pronunciassem contra a formação do governo com os conservadores, a Alemanha poderia realizar novas eleições ou ser governada por uma minoria, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. 

"As coisas agora estão claras: o SPD vai participar do próximo governo", disse Scholz. "Informei o presidente [Frank-Walter Steinmeier] e a chanceler sobre o resultado da votação", que, reiterou "não foi fácil".

O que também está claro é que a continuidade da coalizão GroKo não agrada nem a gregos, nem a troianos. Sinal de desconfiança entre o SPD e a CDU/CSU, os sociais-democratas negociaram uma cláusula no acordo para deixar a aliança em dois anos. 

Já Merkel nunca foi tão criticada em seu partido, que dirige há duas décadas. Primeiro por sua postura generosa sobre a questão imigratória, que levou a Alemanha a receber um milhão de pedidos de asilo em 2015. Segundo porque a chanceler teve de ceder às diversas exigências do SPD para chegar ao acordo de coalizão, como abrir mão do ministério das Finanças, até então uma prioridade dos conservadores, obcecados pelas políticas de austeridade.

Europa em primeiro lugar

O anúncio da coalizão é um alívio para a União Europeia (UE), sacudida pelo Brexit e a ascensão do ultraconservadorismo em todo o bloco. Apenas na Alemanha, o partido de extrema-direita AfD chegou em terceiro lugar nas eleições de setembro, obtendo 13,2% dos votos e 87 dos 631 assentos no Parlamento alemão.

Se há um consenso entre os sociais-democratas e os conservadores, é a priorização das questões europeias. No acordo negociado durante semanas entre as duas partes, o SPD e a CDU/CSU estabelecem a reforma da UE como sua grande prioridade. 

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