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Separatismo

Eleições na Catalunha: separatistas perdem maioria, segundo pesquisa

Nesta segunda-feira (4) começa a campanha oficial para as eleições regionais de 21 de dezembro na Catalunha, organizadas por Madri em resposta à proclamação da independência desta rica região do nordeste da Espanha.

Manifestantes contra o artigo 155 da Constituição Espanhola, que permite que a Catalunha fique sob a tutela de Madri
Manifestantes contra o artigo 155 da Constituição Espanhola, que permite que a Catalunha fique sob a tutela de Madri Josep LAGO / AFP
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Os partidos independentistas perderiam, por pouco, a maioria de que dispõem no Parlamento catalão se as eleições fossem realizadas hoje, de acordo com dados de uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira.

Os separatistas controlariam 67 dos 135 assentos em parlamento, faltando três para a maioria absoluta.

Em detalhe, isso daria, no campo dos independentistas, 25 ou 26 lugares em Junts por Catalunya (Juntos pela Catalunha, o partido de Carles Puigdemont), 32 outros na ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) e nove ao partido de extrema esquerda CUP, de acordo com a pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisa Sociológica (CIS).

O Partido Popular (PP, partido de Mariano Rajoy) ganharia apenas sete assentos, e os socialistas 21. O partido centrista Ciudadanos elegeria 31 ou 32. Quanto a CatComu-Podem, o ramo catalão do partido anti-austeridade Podemos, ele teria nove lugares, de acordo com a pesquisa.

Líderes na prisão

Enquanto isso, em Madri, a Justiça espanhola decidiu nesta segunda-feira (4) manter na prisão quatro líderes separatistas processados por seu papel na tentativa de independência da Catalunha. Já Carles Puigdemont, exilado em Bruxelas, tenta evitar a extradição para a Espanha.

O Tribunal Supremo da Espanha negou a liberdade provisória ao ex-vice-presidente catalão Oriol Junqueras e outros três importantes líderes independentistas, ao mesmo tempo que concedeu a liberdade provisória sob fiança para outros seis acusados.

Junqueras, o ex-conselheiro (ministro) do Interior Joaquim Forn e os líderes das associações separatistas Assembleia Nacional Catalã, Jordi Sánchez, e Òmnium Cultural, Jordi Cuixart, continuarão detidos.

O juiz de instrução Pablo Llarena, do Tribunal Supremo, tomou a decisão pelo "risco de reiteração delituosa" que apresentam, afirma um comunicado do tribunal.

Os outros seis detidos, incluindo o ex-porta-voz do governo catalão Jordi Turull e o ex-conselheiro das Relações Exteriores Raúl Romeva, poderão deixar a prisão após o pagamento de uma fiança de ‎€100 mil.

Com a decisão, Junqueras, primeiro nome da lista da Esquerda Republicana da Catalunha, não poderá participar na campanha, que previsivelmente será liderada por sua número dois, Marta Rovira.

Tampouco poderão participar Joaquim Forn nem Jordi Sánchez, que figuram na lista do presidente catalão destituído Carles Puigdemont. Este se encontra em Bruxelas com outros quatro ex-membros do governo destituído, que devem prestar depoimento novamente nesta segunda-feira a um juiz no processo do pedido de extradição apresentado pela Espanha.

Extradição

Neste contexto, a justiça belga anunciou que decidirá em 14 de dezembro sobre a extradição de Puigdemont e dos demais ex-conselheiros que estão no país.

"Caso sejam extraditados (...) correriam o risco de uma violação dos direitos fundamentais. É outra razão para rejeitar a extradição", afirmou em uma entrevista coletiva Christophe Marchand, advogado de defesa do ex-conselheiros Antoni Comín e Meritxell Serret.

As eleições de 21 de dezembro foram convocadas pelo governo central espanhol, que em 27 de outubro destituiu a totalidade do Executivo independentista catalão e dissolveu a câmara regional depois que esta declarou unilateralmente a independência da Catalunha.

Os membros do governo catalão destituído foram colocados em prisão provisória no dia 2 de novembro, como suspeitos de rebelião (um delito que pode ser punido com até 30 anos de prisão), sedição e malversação.

Eles são acusados de estimular um "movimento de insurreição ativa" para obter a independência unilateral da Catalunha, ignorando todas as decisões da justiça, entre elas a proibição do referendo de autodeterminação de 1 de outubro.

Doze dos 14 membros do governo destituído são candidatos nas eleições, incluindo Puigdemont, que pretende, em caso de vitória, ser declarado o "presidente legítimo" do Executivo catalão.

No caso de Jordi Sánchez e Jordi Cuixart, os dois são acusados de sedição, por participar em uma manifestação de independentistas, que, no dia 20 de setembro, terminou com guardas civis encurralados durante uma operação em um prédio do governo catalão.

(Com informações da AFP)

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