Realocação de refugiados na Europa é "uma decepção", diz ONU
O Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, declarou nesta terça-feira (13) em Barcelona que a má aplicação do plano de realocação de 160 mil refugiados na União Europeia "tem sido uma decepção".
Publicado em: Modificado em:
"Apenas alguns países da Europa, como Grécia e Itália, que estão na fronteira, Alemanha, Suécia e Áustria assumiram a maior parte da responsabilidade", disse Grandi na apresentação de uma campanha para os refugiados com o clube de futebol Barcelona.
"Se a Europa, uma união de países ricos, não é capaz de compartilhar a responsabilidade, como podemos pedir ao resto do mundo que acolham refugiados?", acrescentou, observando que, dos 65 milhões de refugiados e deslocados pelo mundo, quase 90% estão em países pobres.
Esse programa foi adotado em 2015, no auge da crise migratória na Europa e previa a realocação ao longo dos próximos dois anos de 160 mil refugiados da Grécia e da Itália para outros países da União Europeia.
"Está prestes a terminar, e menos de 20 mil foram realocados. Minha mensagem é para todos os países europeus: vocês têm mais dois meses para completar o programa", disse.
Está previsto que na quarta-feira (14) a Comissão Europeia adote medidas sobre o assunto e anuncie sanções contra três dos seus membros - Polônia, Hungria e República Checa - que não acolheram nenhum refugiado no ano passado.
"Seria muito melhor que a decisão fosse implementada voluntariamente pelos governos", afirmou Grandi, que espera que a situação melhore uma vez passado o ciclo eleitoral em muitos países europeus ameaçados pela ascensão da extrema direita como Holanda, França e Alemanha.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro