Suécia identifica suposto autor de atentado em Estocolmo
A polícia sueca informou neste sábado (8) que prendeu e identificou o suposto autor do ataque com um caminhão em Estocolmo, que deixou 4 mortos e 15 feridos na sexta-feira (7). O suspeito seria um homem originário do Uzbequistão, de 39 anos, simpatizante do grupo Estado Islâmico.
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A identificação foi possível através das câmeras de segurança no local que gravaram a ação do homem que avançou o caminhão contra pedestres em uma movimentada rua do centro da capital sueca. O suspeito foi indiciado por "homicídio com caráter terrorista", mas as autoridades não divulgaram mais detalhes sobre sua identidade.
Um outro suspeito foi preso ontem à noite e teria ligação com o suposto autor do ataque. Além das prisões, a polícia também informou ter encontrado explosivos dentro do veículo usado no atropelamento. O ato ainda não foi reivindicado.
Segundo a porta-voz da transportadora Spendrups, Rose-Marie Hertzman, o caminhão foi roubado pelo suposto autor do ataque, durante "uma entrega em um restaurante". As autoridades suecas, no entanto, não confirmaram esta informação.
Ainda sob o choque do violento incidente, Estocolmo amanheceu de luto neste sábado. O local do ataque continua bloqueado pela polícia e o centro da capital, intensamente frequentado pela população e turistas, estava vazio nesta manhã.
Uma homenagem às vítimas será realizada na capital sueca. Muitas pessoas deixam flores e velas perto do local do atentado. Nove vítimas continuam hospitalizadas em estado grave.
Cenas de terror e pânico
O ataque ocorreu no início da tarde, perto da loja de departamentos Åhléns City, na junção entre uma das mais movimentadas ruas de pedestres da capital, Drottningsgatan, e uma das principais artérias da cidade, Klarabergsgatan. Depois do atropelamento, o caminhão se chocou contra uma vitrine.
Várias testemunhas descreveram cenas de terror e pânico. "Ouvimos o barulho de uma explosão e havia fumaça saindo da entrada da loja", disse ao jornal "Aftonbladet" uma testemunha no local, Leander Nordling, de 66 anos. A correspondente da RFI em Estocolmo, Claudia Wallim, estava próxima ao local atacado e relatou os momentos dramáticos que viveu.
Logo depois do ataque, a polícia esvaziou o centro da cidade, enquanto as lojas fechavam suas portas, e os habitantes voltaram para suas casas, obedecendo a um pedido das autoridades suecas que evitassem aglomerações.O funcionamento de toda a rede do metrô, além dos ônibus e bondes no centro também foi suspenso.
Em coletiva de imprensa, o primeiro-ministro sueco, Stefan Lövfen, confirmou o caráter terrorista da ação e indicou que a segurança foi reforçada nas fronteiras. "Os terroristas querem que tenhamos medo, querem que mudemos nossos hábitos, querem que não vivamos nossa vida com normalidade. Mas é isso que vamos fazer. Os terroristas não poderão derrotar a Suécia. Nunca", advertiu o primeiro-ministro sueco.
A Suécia só havia sofrido um ataque até hoje, em dezembro de 2010, quando um suicida detonou seus explosivos na mesma rua de pedestres de Estocolmo, deixando feridos leves. O atropelamento de sexta-feira lembra os recentes atentados de Londres, Berlim e Nice, no sul da França, cujos autores também lançaram seus veículos contra multidões.
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