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Alemanha

Novo presidente alemão criticou abertamente Donald Trump

A coalizão de governo da Alemanha designou nesta segunda-feira (14) como próximo chefe de Estado do país o atual ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier. O social-democrata se destacou pelas fortes críticas a Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos.

Frank-Walter Steinmeier vai assumir a presidência da Alemanha em fevereiro de 2017
Frank-Walter Steinmeier vai assumir a presidência da Alemanha em fevereiro de 2017 REUTERS/Vincent Kessler/files
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Após semanas de bloqueio, o partido União Democrata Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, e sua ala bávara, a União Social Cristã (CSU), decidiram finalmente dar apoio ao candidato do Partido Social-Democrata (SPD). A chanceler teve que aceitar o candidato do SPD, seu parceiro minoritário na coalizão, por não conseguir convencer um nome de seu próprio grupo a suceder Joachim Gauck, que tem mandato até março de 2017. O atual presidente, um ex-dissidente da RDA comunista (Alemanha Oriental), de 76 anos, decidiu que não voltará a se candidatar ao cargo.

A tradição política na Alemanha determina que os partidos da coalizão no poder busquem um consenso sobre um candidato comum para o cargo de presidente, que é essencialmente protocolar. Steimeier, 60 anos, é a personalidade política mais popular da Alemanha, de acordo com as pesquisas, e poderia até ofuscar a chanceler Angela Merkel, que certamente será candidata a um novo mandato como chefe de Governo em setembro de 2017.

Conhecido por sua sinceridade, Frank-Walter Steinmeier – que será eleito em 12 de fevereiro de 2017 pelos parlamentares alemães – fez duras críticas a Donald Trump.

Trump é um "pregador do ódio", disse novo presidente da Alemanha

As críticas não foram feitas apenas durante a campanha eleitoral nos Estados Unidos, quando chamou o magnata de "pregador do ódio", mas também depois da vitória do republicano. Steinmeier disse que espera tempos "mais difíceis" no plano internacional e se recusou ostensivamente a felicitar o republicano por sua vitória.

O presidente do SPD comentou a missão que aguarda Steinmeier no próximo ano, ante a ascensão dos movimentos populistas. "O próximo presidente de nosso país tem a responsabilidade de defender os valores liberais, sociais e democráticos de nossa Constituição" afirmou Sigmar Gabriel. “Preservar estes valores é, sem dúvida, o maior desafio de nossa época", completou.

Steinmeier é o chefe da diplomacia do governo Merkel desde 2013. Ele pode ser substituído no cargo pelo presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, de acordo com a imprensa germânica.

Vontade de preservar diálogo com Moscou

Com Steinmeier, a Alemanha terá um presidente mais flexível ante a Rússia que a chanceler Merkel. O futuro chefe de Estado, que encarna um tipo de diplomacia que deseja preservar o diálogo com o Kremlin, não hesitou em criticar a política que considerou muito belicista da Otan em relação a Moscou. "O que devemos evitar hoje é envenenar a situação com gritos de guerra e barulhos de botas", afirmou há alguns meses.

Formado em Direito, Steinmeier iniciou a carreira política à sombra de seu mentor, Gerhard Schröder, ao lado do qual foi chefe de gabinete da chancelaria. No cargo, participou da elaboração de reformas econômicas, criticadas pela esquerda radical como sendo geradoras de pobreza, mas consideradas por outras pessoas como a origem da boa saúde econômica da Alemanha.

Pai de uma adolescente, ele se afastou da vida pública por alguns meses em 2010 para doar um rim à sua mulher, gravemente doente.

(Com informações da AFP)

 

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