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Linha Direta

Vitória de Trump pode complicar relação já tensa entre UE e Rússia

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Os ministros das Relações Exteriores da UE se reuniram em caráter extraordinário no domingo (para discutir os impactos da futura administração americana nas relações com Bruxelas. Para tentar reassegurar os líderes europeus do choque com a vitória surpresa de Donald Trump, o presidente americano, Barack Obama, inicia nesta segunda-feira seu último giro pela Europa.

A alta representante para a política externa da União Europeia, Federica Mogherini, afirmou neste domingo (14) que a U.E mostra-se unida sobre a necessidade de reforçar os laços com os EUA, depois da vitória de Donald Trump nas presidenciais.
A alta representante para a política externa da União Europeia, Federica Mogherini, afirmou neste domingo (14) que a U.E mostra-se unida sobre a necessidade de reforçar os laços com os EUA, depois da vitória de Donald Trump nas presidenciais. News Agency/Janerik Henriksson/via REUTERS
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Letícia Fonseca, correspondente da RFI em Bruxelas

Os ministros das Relações Exteriores da UE se reuniram em caráter extraordinário neste domingo para discutir o impacto da eleição de Donald Trump nas relações transatlânticas e como essa vitória poderá complicar o relacionamento entre a UE e uma Rússia cada vez mais agressiva.

No jantar informal - com ausência da França, Reino Unido e Hungria - os chanceleres do bloco tentaram traduzir algumas promessas da campanha de Trump em prováveis políticas da futura administração na Casa Branca, como a posição isolacionista em questões de segurança, a intenção em rejeitar os tratados de livre comércio e a recusa em criticar o presidente russo Vladimir Putin.

Tentando desdramatizar a vitória surpresa do candidato populista à Casa Branca, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, afirmou que a União Europeia espera ter uma parceria forte com o futuro presidente americano. Os chanceleres europeus se reunirão novamente nesta segunda-feira para discutir a adesão da Turquia ao bloco, a guerra na Síria e a cooperação de defesa com a Otan.

Durante a campanha eleitoral, o magnata republicano qualificou a Otan como “obsoleta” e disse que a dissolução da organização “não seria a pior coisa do mundo”. Em uma carta aberta publicada no jornal britânico The Guardian no domingo, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu ao EUA – mesmo sem citar o nome de Trump na carta - que não abandonem a aliança atlântica em um momento de grande desafio.

Obama tenta acalmar aliados

Prestes a deixar o cargo, o presidente americano Barack Obama faz sua última viagem à Europa esta semana para tentar acalmar os governos aliados dos EUA, após a eleição de Donald Trump. Segundo Obama, “os EUA devem resistir ao isolacionismo defendido por Trump e trabalhar com os aliados”.

A decisão de visitar a Europa em sua última viagem presidencial indica a importância estratégica do continente europeu para os EUA. Em sua primeira escala, Obama desembarca em Atenas, na terça-feira, dia 15, onde se reúne com o presidente da Grécia, Prokopis Pavlopoulos e o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras. A delegação americana discutirá o alívio da dívida grega e a reunificação cipriota.

Obama deve visitar um campo de refugiados na ilha grega de Lesbos, e mais uma vez, irá expressar seu “apoio e reconhecimento à Grécia pela generosidade extraordinária diante a crise dos refugiados e migrantes”. Antes de seguir para a Alemanha, o presidente americano fará um discurso sobre globalização no Partenon de Atenas.

Presidente americano visita Alemanha

Após a visita à Grécia, Obama segue para a Alemanha, onde vai se encontrar com a chanceler Angela Merkel. Ao longo dos dois mandatos de Obama, Merkel foi sua parceira europeia mais próxima. O encontro deve focar em assuntos relevantes da agenda internacional, sobre como se relacionar com a Rússia, a crise na Ucrânia, a guerra na Síria e suas consequências como a luta contra o terrorrismo.

Participam também das discussões, o presidente francês, François Hollande, a primeira-ministra britânica, Theresa May e o premiê italiano, Matteo Renzi. Em Berlim, Obama pretende reforçar a aliança entre os dois lados do Atlântico, em um momento de grande incerteza com o Brexit e a vitória de Trump, quando muitos países europeus se perguntam qual será o impacto da futura política externa dos EUA sob o comando do magnata republicano.

Na capital alemã, os líderes devem abordar as relações econômicas, em particular o Acordo de Parceria Transtlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês). Esta proposta de acordo de livre comércio entre UE-EUA, que agora com Donald Trump corre o risco de não se materializar.
 

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