Após dez meses de impasse, Rajoy permanece como premiê da Espanha
O conservador Mariano Rajoy assumiu neste sábado (29) novamente como chefe de governo da Espanha por uma maioria simples do Congresso. A decisão coloca fim a dez meses de bloqueio político no país.
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No poder desde 2011, Rajoy obteve a confiança do Congresso para um segundo mandato com 170 votos a favor, 111 contra e 68 abstenções – estas últimas procedentes de seu rival histórico, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que se mostrou dividido sobre a questão. "Se fizermos um esforço entre todos, podemos encontrar consensos. Temos que tentar transformar essa situação, que é difícil e complexa, em uma oportunidade", disse o premiê à imprensa nos corredores do Congresso, minutos depois de ser investido no cargo.
Após um primeiro mandato com maioria absoluta, o panorama agora é mais complicado para o líder do Partido Popular (PP), que conta com o apoio de apenas 137 de 350 deputados.
Com essa votação, o Congresso pôs fim ao bloqueio político iniciado após as eleições legislativas de dezembro, com o surgimento de dois novos partidos, Ciudadanos (centro-direita) e Podemos (esquerda antiausteridade), que refletem o cansaço de milhares de espanhóis com a situação do país. Desde então, os quatro grandes partidos (PP, PSOE, Podemos e Ciudadanos) foram incapazes de investir um novo chefe de governo, provocando a convocação de novas eleições em junho passado.
A abstenção do PSOE, após uma rebelião interna que forçou a saída de seu líder, Pedro Sánchez, forte opositor de Rajoy, permitiu desbloquear a situação e evitar uma terceira eleição em dezembro.
Mas o futuro não se anuncia fácil para premiê: ele terá um governo minoritário e um Parlamento que segue contrário à sua política de austeridade econômica.
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