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Reino Unido

Herdeiras de Thatcher, May e Leadsom vão disputar cargo de primeira-ministra

O Reino Unido terá em setembro uma primeira-ministra depois que os deputados conservadores escolheram nesta quinta-feira (7) Theresa May e Andrea Leadsom como finalistas das primárias para substituir David Cameron.

Theresa May e Andrea Leadsom são as finalistas da eleição interna do Partido Conservador.
Theresa May e Andrea Leadsom são as finalistas da eleição interna do Partido Conservador. REUTERS/Staff
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Depois de duas rodadas de votação dos deputados, que derrubaram dois dos cinco candidatos iniciais, agora caberá aos 150.000 militantes conservadores escolher sua líder.

Nesta quinta-feira, May, que se posicionou a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia, recebeu 199 dos 330 deputados; Leadsom, que fez campanha pelo Brexit, conseguiu 84 votos, enquanto o polêmico Michael Gove ficou fora da disputa com apenas 46 votos.

"Os resultados mostram que o Partido Conservador pode estar unido. E o estará sob a minha liderança", garantiu May. "Precisamos de uma liderança forte para negociar o melhor acordo possível para a saída do Reino Unido da União Europeia, unir nosso partido e fazer da Grã-Bretanha um país bom para todos, e não apenas para uns poucos", acrescentou.

Uma primeira-ministra negociará o Brexit

David Cameron anunciou sua renúncia no dia 24 de junho, após o triunfo do Brexit, que se tornará efetiva com a escolha de seu sucessor, em 9 de setembro.

Seu sucessor terá a responsabilidade de invocar o Artigo 50 do Tratado Europeu de Lisboa para começar a negociar a ruptura com a União Europeia (UE), um processo que deve durar dois anos.

Neste período, Londres e Bruxelas terão que chegar a acordos em uma infinidade de temas, desde as novas regras comerciais entre ambos até o destino dos milhões de britânicos na UE e dos milhões de europeus no Reino Unido.

O ministro das Relações Exteriores, Philip Hammond, assegurou que não é o momento de invocar o artigo europeu. "Fazer isso supõe acionar o cronômetro e não acredito que, neste momento, e por várias razões, estejamos em uma posição para iniciar negociações substantivas e imediatas". Neste sentido, o jornal Daily Telegraph indicou que o Reino Unido não tem negociadores suficientes e que está buscando opções no exterior.

Duas Damas de Ferro

May ou Leadsom será a segunda mulher a chefiar o governo britânico depois da também conservadora Margaret Thatcher, e ambas reivindicam abertamente seu legado.

Leadsom, que nas últimas horas precisou corrigir um currículo que a apresentava como uma especialista do mundo das finanças nos 25 anos que trabalhou na City, declarou nesta quinta que o Reino Unido pode ser "a maior nação do mundo" após o Brexit.

Além disso, minimizou o impacto do resultado do referendo, dizendo que "as previsões do desastre da libra não se cumpriram", embora na quarta-feira a moeda tenha alcançado seu nível mais baixo em 31 anos (1 libra = 1.2798 dólares) e já tendo perdido 15% desde 23 de junho."Ninguém tem nada a temer em nossa decisão de sair da UE", insistiu Leadsom.

May desejava a permanência na UE, mas pouco se manifestou durante a campanha, por isso não terá dificuldades em construir pontes com o setor que apoiou o Brexit do partido. Agora ela aparece como a candidata de consenso.

May, de 59 anos, é filha de um reverendo, como Angela Merkel, e é casada com o banqueiro Philip John May. Eles não têm filhos. Ela adotou uma postura linha dura contra a imigração dentro do governo Cameron, que ocupa desde 2010.

A ministra iniciou na política em 1986, depois de estudar na Universidade de Oxford e trabalhar brevemente no Banco da Inglaterra. Leadsom, por sua vez, tem 53 anos, é casada e tem três filhos, e era praticamente desconhecida antes da campanha do referendo em 23 de junho. Agora ela se destaca como a grande esperança dos apoiantes do Brexit.

(Informações da AFP)

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