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Linha Direta

Partido Conservador britânico define dois candidatos à sucessão de Cameron

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No Reino Unido, a corrida pela liderança do Partido Conservador chega a uma etapa decisiva nesta quinta-feira (7). Os parlamentares da legenda realizam uma rodada de votações para escolher os dois candidatos finalistas entre três concorrentes.O vencedor será decidido em setembro, na convenção anual dos conservadores, e deve assumir o cargo de primeiro-ministro, deixado por David Cameron após o referendo pela saída do país da União Europeia.

Entre três os concorrentes na votação de hoje estão Theresa May (e), Andrea Leadsom (centro) e Michael Gove.
Entre três os concorrentes na votação de hoje estão Theresa May (e), Andrea Leadsom (centro) e Michael Gove. REUTERS/Staff
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Maria Luísa Cavalcanti, correspondente da RFI em Londres

A disputa pela liderança do Partido Conservador está sendo acompanhada com uma atenção especial diante da crise política aberta pelo chamado Brexit e pela renúncia de David Cameron. A corrida começou já com lances dramáticos, quando o grande favorito ao posto, o ex-prefeito de Londres Boris Johnson, desistiu de disputar a votação.

O principal aliado de Johnson, o ministro da Justiça, Michael Gove, acabou se antecipando e colocando em xeque a credibilidade do ex-prefeito para ser o futuro líder do Partido Conservador. Michael Gove foi um dos principais defensores da campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia. Ele tem muitas chances de ser um dos dois finalistas que devem sair nesta quinta-feira da votação entre os parlamentares conservadores, apesar de uma grande campanha pública contra ele, acusado de ter apunhalado o Johnson pelas costas.

Duas candidatas mulheres

Além de Gove, outros quatro nomes tinham se apresentado para a disputa. Dois deles já foram eliminados da corrida em uma votação realizada na terça-feira. Portanto, sobram ainda as duas candidatas mulheres, que foram as mais votadas na terça-feira (5): a ministra do Interior, Theresa May, e a ministra da Energia, Andrea Leadsom.

May é apontada como a favorita, por ter uma linha muito parecida com a de David Cameron. Ela apoiou a permanência do país no bloco europeu e é vista por muitos analistas como a única candidata capaz de reunificar o partido e conduzir o país nesse processo de saída da União Europeia. Já Andrea Leadsom foi uma defensora da campanha pela saída e tem sido muito comparada com a ex-primeira-ministra Margaret Thatcher pela maneira dura com que conduz a política.

Os dois nomes que surgirem da votação de hoje ainda serão submetidos a uma eleição geral entre todos os membros do Partido Conservador, e o novo líder deverá ser conhecido no início de setembro, na convenção anual do partido.

Clima de incerteza e arrependimento

Duas semanas após o referendo pela saída da União Europeia, o Reino Unido ainda vive um clima de muitas incertezas. Os outros partidos políticos também estão enfrentando crises internas.

Uma pesquisa divulgada nesta semana e realizada pelo instituto YouGov no País de Gales mostrou que se fosse realizado um novo referendo hoje, os eleitores locais escolheriam permanecer no bloco. O país foi majoritariamente a favor da saída na eleição do dia 23 de junho.

Na semana passada, outra pesquisa, do instituto Opinium, indicou que 7% das pessoas que votaram pela saída em todo o Reino Unido agora se dizem arrependidas e teriam preferido ficar na União Europeia. Essas pesquisas refletem a sensação geral de que os políticos que conduziram a campanha pela saída na realidade não tinham um plano concreto para o país.

Na segunda-feira (4), por exemplo, o nacionalista Nigel Farage, do Partido pela Independência do Reino Unido (Ukip) acabou renunciando à liderança do partido, alegando já ter feito o seu papel de colocar o país na porta de saída da União Europeia. Farage foi uma das maiores influências na decisão de voto de britânicos insatisfeitos com a imigração.

Não ajuda nada o fato de o principal partido de oposição ao governo, o Trabalhista, também estar em plena crise interna. A maioria dos parlamentares trabalhistas estão pedindo a renúncia do líder Jeremy Corbyn, enquanto cada vez mais jovens têm se afiliado ao partido para apoiá-lo. A sensação no país, algo que já foi vocalizado por representantes de vários setores da sociedade, é de que aqueles no comando estão abandonando um barco que está afundando.

Perspectivas econômicas pessimistas

Na quarta-feira (6), a libra chegou a atingir seu menor valor diante desde 1985, algo que aconteceu também no dia seguinte ao referendo. As Bolsas de Londres e do resto da Europa fecharam em baixa.

A incerteza dos investidores em relação ao futuro dos britânicos está fazendo o preço das moedas asiáticas subir, além também do ouro, que chegou ao seu valor mais alto nos últimos dois anos.

No Reino Unido, fundos imobiliários começaram a registrar uma queda nos investimentos neste que ultimamente era um dos setores mais aquecidos da economia britânica.

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