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União Europeia/Migração

UE destina € 1 bi para evitar que migrantes entrem no bloco

Na cúpula especial sobre a crise migratória realizada nesta quarta-feira (24), os 28 líderes da União Europeia decidiram enviar pelo menos € 1 bilhão adicionais para as agências da ONU que ajudam os refugiados nos países vizinhos à Síria. A ideia é alojá-los antes que eles atravessem as fronteiras europeias.

O presidente francês, François Hollande (esq.), o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker (C) e a chanceler alemã Angela Merkel  na cúpula especial sobre a crise migratória.
O presidente francês, François Hollande (esq.), o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker (C) e a chanceler alemã Angela Merkel na cúpula especial sobre a crise migratória. REUTERS/Yves Herman
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O dinheiro será destinado principalmente à Agência das Nações Unidas para os Refugiados e ao Programa Mundial de Alimentos. Um fundo regional também será criado para fornecer ajuda financeira a Turquia, Jordânia, Líbano e outros países da região.

O presidente francês, François Hollande, afirmou que "a Europa está disposta a fazer mais do que já fez para que os refugiados possam ficar perto de seus países de origem". Surpreendentemente, Hollande não justificou a decisão pelo fato de que diversos países europeus são abertamente hostis à ideia de receber os refugiados, mas porque os próprios refugiados prefeririam ficar "lá onde eles querem viver, para onde eles querem voltar, ou seja, onde eles sempre estiveram presentes".

Para o chefe do Estado francês, "é perto do local do drama que os refugiados devem ser acolhidos e acompanhados. Mas, se eles não tiverem o direito de ficar nesse país, é verdade que a Europa deve igualmente cumprir seu dever", afirmou.

Centros de triagem

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou também a criação, até o fim de novembro, de centros de acolhimento e triagem de migrantes na Itália e na Grécia. Eles permitirão identificar, registrar e tomar as impressões digitais dos migrantes, com uma ajuda logística das agências da União Europeia. Além disso, os centros também serão responsáveis pelo envio dos refugiados a outros Estados membros do bloco e pela repatriação dos migrantes a que não for concedido o direito de asilo.

Outra decisão tomada na cúpula foi a destinação de recursos adicionais para as agências europeias encarregadas de controlar as fronteiras, com reforço de pessoal e de material. A União Europeia também aproveitou para lembrar que os membros devem completar a transposição das regras europeias de asilo comum às suas legislações nacionais.

Mais duas reuniões sobre o tema já estão agendadas para outubro: no dia 5, os líderes europeus se reúnem com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para intensificar a cooperação na administração do fluxo migratório; e no dia 8, com os países dos Bálcãs em Sofia, na Bulgária.

Novo recorde

Nesta quarta-feira, um número recorde de 10 mil e 46 migrantes entraram na Hungria, a grande maioria vindo da Croácia, segundo anunciou hoje a polícia do país.

Também ontem, durante a noite, um migrante menor de idade morreu atropelado por um ônibus no Eurotúnel, próximo a Calais, no norte da França. Ele seria da Eritreia ou do Sudão, segundo as autoridades. Trata-se do décimo primeiro migrante morto no túnel que liga França e Inglaterra desde 26 de junho.
 

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