Premiê húngaro acusa Angela Merkel de "imperialismo moral"

O primeiro ministro húngaro, Viktor Orban, acusou a chanceler alemã, Angela Merkel, de praticar um "imperialismo moral" sobre o resto da Europa na crise migratória. A convite da União Social Cristã (CSU), partido conservador que integra a base de Merkel, o premiê ultraconservador visitou a região alemã da Baviera nesta quarta-feira (23).

O primeiro ministro da Hungria, Viktor Orban Reprodução Facebook

"Não renego o direito da Alemanha de definir exigências morais, principalmente para ela mesma", declarou Orban. "Caso decida deixar entrar (todos os refugiados) ou não aceitar ninguém, acataremos essa decisão como uma decisão alemã", afirma, exigindo o direito de seu país lidar com a crise a sua própria maneira.

Propostas

Nesta noite, Viktor Orban deve apresentar seis propostas na cúpula de chefes de Estado e governo da União Europeia dedicada à migração. Entre as sugestões de Orban, figura a ideia de oferecer à Grécia, que recebe contingentes imensos de refugiados vindos da Turquia, a possibilidade de transferir o controle de suas fronteiras a países europeus voluntários.

O premiê húngaro sugere também a criação de um fundo europeu de € 3 bilhões para apoiar os países vizinhos da síria. Esse dinheiro derivaria de uma redução nos gastos da União Europeia, além de uma contribuição excepcional dos membros do bloco.

A realização de uma triagem, antes de entrada na União Europeia, entre migrantes "econômicos", que deixam seus países em busca de melhores condições de vida na Europa, e candidatos a asilo também está entre as prioridades do premiê. Ele quer a elaboração de uma lista de países "seguros". Os migrantes oriundos desses locais seriam proibidos de pedir asilo.

Orban também sugere o aprofundamento do diálogo com a Rússia e a Turquia, além da definição de "contingentes" mundiais de acolhimento de sírios. A maior parte dessas ideias já está sendo discutida em nível europeu ou internacional.