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União Europeia/Crise migratória

Imprensa europeia exige mais ações dos governos para o acolhimento dos refugiados

Treze jornais europeus lançaram nesta quinta-feira (10) um apelo para que líderes da União Europeia se mobilizem e empreendam mais esforços para acolher os refugiados. O diário francês Libération, o espanhol El País, o inglês Independent, o italiano La Repubblica, o alemão Die Zeit, entre outros, consideram que a Europa fez muito pouco até o momento, está reagindo tarde e deve encontrar meios de combater a maior tragédia humanitária desde a Segunda Guerra Mundial.

Capa dos jornais Libération, El País, La Repubblica, Aftonbladet, La Repubblica desta quinta-feira, 10 de setembro de 2015.
Capa dos jornais Libération, El País, La Repubblica, Aftonbladet, La Repubblica desta quinta-feira, 10 de setembro de 2015. Divulgação
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"Cada vez mais as pessoas morrem na tentativa desesperada de fugir da guerra e das perseguições", publicam os jornais. Eles fazem um apelo para os dirigentes europeus "coloquem em prática medidas simples, seguras e práticas para permitir que os refugiados peçam asilo na Europa sem arriscar suas vidas" para chegar até o Velho Continente.

Os diários sugerem que os líderes aproveitem a reunião de Bruxelas no próximo dia 14 para também serem solidários que fazem fronteira com a União Europeia, onde o chegam milhares de migrantes. Para os jornais é necessário debater uma organização do sistema "digno e coordenado" de acolhimento dessas pessoas nas nações limítrofes.

Os editorialistas criticam, especialmente, a suspensão dos acordos de Dublin, que reenviam os requerentes de asilo que tiveram o pedido negado ao ponto de entrada na Europa. Além disso, o jornais também pedem uma distribuição equitável dos refugiados entre os países do bloco. "Nós devemos agir, e devemos agir agora", ressaltam.

Chegadas em massa

Milhares de migrantes e refugiados continuam desembarcando na Grécia e também passando pelos países dos Bálcãs para chegar à Alemanha e a outros países do norte da Europa.

Segundo o governo alemão, 450 mil refugiados foram contabilizados no país desde o início do ano. Só na primeira semana de setembro, 37 mil chegaram à Alemanha, afirmou o vice-chanceler e ministro da Economia, Sigmar Gabriel. Ele prevê que pelo menos 100 mil devem pisar em solo alemão até o final deste mês. Gabriel denuncia um egoísmo entre países da União Europeia.

Na Hungria, a polícia afirma ter detido ontem 3.321 migrantes, um número recorde para um único dia. Assim, sobe para 22 mil o número de refugiados e migrantes que passaram, desde o início deste mês, pela Sérvia para chegar à Hungria, porta de entrada rumo a países do norte da Europa.

Na Dinamarca, 3 mil migrantes conseguiram cruzar a fronteira do país com a Alemanha, mas a expectativa deles é chegar à Suécia. O governo dinamarquês enfrenta difuldades de lidar com o grande afluxo de pessoas e faz campanha no Oriente Médio para desestimular a idade de refugiados para o país.

Estados Unidos e Brasil

Depois de semanas de omissão, os Estados Unidos anunciaram ontem que vão acolher entre 5 mil e 8 mil sírios nos próximos meses. Desde 2011, início da guerra da Síria, Washington acolheu pouco mais que 1.400 refugiados.

A presidente Dilma Rousseff assegurou no início dessa semana que estava disposta a receber "de braços abertos" os refugiados que, "expulsos de sua pátria queiram vir viver, trabalhar e contribuir para a prosperidade e a paz do Brasil". Com mais de dois mil refugiados sírios, o Brasil é o país da América Latina que acolheu mais cidadãos sírios. Isso porque, há dois anos, o governo brasileiro flexibilizou os procedimentos de imigração para os sírios e se dispõe a prorrogar a medida.

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