Reino Unido anuncia cortes de £ 12 bilhões em programas sociais

A austeridade ficará na história como a marca registrada do governo do premiê britânico David Cameron. Depois das eleições de maio, quando os conservadores conquistaram a maioria no parlamento, o governo apresentou nesta quarta-feira (8) um orçamento com cortes de £ 12 bilhões (€ 17 bilhões) nos programas sociais do país.

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, ao deixar sua residência nesta quarta-feira (8), em Londres. REUTERS/Peter Nicholls

O ministro britânico das Finanças, George Osborne, alega que a medida é necessária para garantir a segurança da Grã-Bretanha no futuro. O país tem previsão de déficit público de 4% entre 2015 e 2016 e uma dívida de £ 1,5 milhões (€ 2 bilhões).

Entre 2017 e 2018, a previsão é de economizar £ 8 bilhões e, em 2019, £ 4 bilhões: um orçamento que vem sendo descrito como o primeiro 100% conservador do Reino Unido em 20 anos. O objetivo será alcançado combatendo a proliferação de programas sociais e elevando a arrecadação fiscal.

Mudanças no sistema social

A decisão já havia sido anunciada no último domingo (5) por Osborne, que concedeu entrevista para a BBC. "Temos que ter um sistema social que seja justo para aqueles que dele necessitam, mas também justo para aqueles que pagam por isso", declarou.

O governo Cameron vinha sendo acusado de estimular a cultura da ajuda social, especialmente os programas de créditos fiscais, utilizados para aumentar a renda de cidadãos de baixos salários, e os os subsídios de habitação. "Um sistema muito, muito caro", salientou Osborne.

Os cortes foram extremamente criticados pelo Partido Trabalhista de oposição, que classificou o plano de Cameron como "um tiro no pé". "Para o déficit, nós precisamos, é claro, de economias sensatas, mas precisamos de reformas da seguridade social adequadas, serviços públicos que não são auto-destrutivos, e que não custarão caro para o Reino Unido a longo prazo", declarou o porta-voz do Partido Trabalhista, Chris Leslie, à BBC.